quarta-feira, 31 de março de 2010

Democracia Hoje, 31 de março de 2010

Comentarista anônimo do post Um Drink no Inferno diz que direita e esquerda se distinguem pelo uso da mão que irá roubar. Considero esse tipo de piadinha infame uma clara expressão do agir de extrema-direita, que, ao amesquinhar o fazer político taambém aponta, ainda que não o diga claramente, para conduzir a ação política fora do alcance das regras democráticas, ao bel prazer de seu próprio interesse e projeto de sociedade.
Pensar assim é igual a abolir a liberdade de imprensa, justificando o ato espúrio na conduta abusiva que alguns jornalistas cometem ao usar dessa liberdade para fins que não a transparência da informação; ou pior, pela coragem daqueles justos que dão transparência ao que para os poderosos deveria estar por conveniência deles sepultado.
Como tudo, ainda mais na pluralidade da vida política - e isso instabiliza o nosso anônimo -, a democracia tem suas dores e seus partos. Tal como hoje bem lembrou Patrus Ananias, em sua despedida do Ministério do Desenvolvimento Social: na algaravia da democracia tudo é melhor que o retumbante silêncio da ditadura.
É por essa exuberância da vida social, na plenitude democrática frente ao cotidiano de seus desafios, os do passado e os novos, que nos cabe lembrar aos filisteus, aqui assim nomeados como os que sonham a sua superioridade indissociada da assepsia de um Poder Legislativo fechado, ou com a expressão de uma sociedade pacificada ao modo dos cemitérios, que está aí a História para comprovar que as sociedades avalistas de um mundo politicamente asséptico, nada legaram que nos orgulhásemos de transferir ao futuro.

Flanar Lido no Senado Federal

Agradeço ao Senador José Nery (PSOL/PA), que usando da generosidade que lhe é peculiar, citou trecho de post que este blogueiro aqui fez publicar à ocasião do falecimento do Professor Meirevaldo Paiva, integrando a citação do autor e do segmento de texto ao requerimento em que registrou a importância do mestre para educação da Amazônia e do Brasil.

Um Drink no Inferno

Apostando na impunidade e na memória do brasileiro, que seria curtíssima, o Partido Democratas ou DEM ou Demo, como queiram, diz que vai transformar limões em limonada. Os limões chamam-se José Roberto Arruda , governador de Brasília até ontem Demo, hoje preso da Polícia Federal por suspeita de envolvimento em mal contado escândalo de corrupção. Quanto à limonada... Deus nos defenda do que seja!!!

2010: o ano que não começou

Se 1968 foi, nas palavras de Zuenir Ventura, o ano que não terminou, 2010 pode ser considerado o ano que não começou.

Afinal, no Brasil, o ano só começa depois do Carnaval. Ocorre que, em 2010, houve o Big Brother Brasil de maior Ibope da história (calma, fellows, não precisa xingar o Dourado, nem o programa, nem seus telespectadores; o mote não é esse). Assim, o ano somente começará amanhã. Aliás, amanhã, não; segunda-feira, depois do(s) feriado(s), pois ninguém é de ferro.

Seria assim. Mas este é um ano de Copa do Mundo. Faltam pouco mais de 70 dias para um mês de disputas, mesas-redondas, reprises infindáveis, Dunga consagrado ou execrado... e depois vêm as eleições.

Este ano, apesar de não começar, promete ser de revelações tenebrosas. Algumas nada novas, outras pouco sabidas, todas embaçadoras do que realmente deveria importar: quem de fato tornará nossa vida - minha, do leitor, dos companheiros de blog, dos brasileiros - melhor.

E seguirá o ano, sem começar, até o 1o turno. Depois, provavelmente, virá o 2o: mais um mês em que tudo se resolverá depois de alguma coisa... E então será Natal.

Tarde demais: 2010 terá passado e você não notará.

UP!

Há grande probabilidade do novo secretário executivo (vice-ministro) do Ministério do Desenvolvimento Social ser o médico paraense Rômulo Paes de Souza. Amigo desde quando éramos quase crianças, juntos trabalhamos na Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação daquela instituição em 2004.

Atualizando... Está confirmado no cargo. A posse será hoje no Auditório da Caixa Econômica Federal, em Brasília-DF, às 15 horas.

terça-feira, 30 de março de 2010

Problemas em comentários no Blogger

Detesto passar a impressão de ser um cara mal-educado. De fato, não o sou, sem modéstias bobas. Mas está acontecendo neste exato momento, alguma espécie de bug irritante no Blogger.
Ao menos 2 comentários já foram devidamente autorizados e não publicados. Entre eles, um meu, autor do post original, que dispensa moderação.
Dito isso, peço desculpas aos eventuais comentaristas de boa fé, se não virem seus comentários publicados. Só nos resta aguardar que o Blogger resolva o problema.

Flanando num fusca azul-calcinha*


“Há muitos anos eu penso e repito
que o melhor amigo do homem não é o cão
e sim o carro.”
Homenagem de Scylla Lage Neto ao Gemada (in memorian), amigos de 1997 a 2009.
Não sou flamengo, não tenho uma nega chamada Tereza, mas tenho um fusca enferrujado e um violão, sem corda, guardado no quarto do meu filho mais velho. Do violão quase nada tenho para falar, mas do fusca azul-calcinha...
Para começar. O Ajalce, velho parceiro de itinerário, costuma dizer que nunca andará no meu fusca. Não é o risco de colisão, ou capotagem, mas de adquirir tétano, de tanta ferrugem.
Entre outras tantas histórias, a primeira ocorreu numa certa manhã ensolarada de domingo, dia ideal para se passear de fusca em Belém, apesar do calor escalpelante. Neste dia tentei adentrar ao estacionamento de um dos hospitais em que trabalho. Quando acionei o porteiro pedindo que tirasse o cone que impedia o carro de estacionar entre os médicos, ele me acena negativamente. Certamente havia olhado e reprovado o velho carro modelo 85 com para-lama descascado, para-choque enferrujado e com pintura desperolizada, tipo “azul-calcinha”. Eu insisti propositadamente, mas ele me alegou que, se eu ocupasse a vaga de outro médico com aquele carro, os quais muitos deles eram “enjoados”, poderia perder o emprego. O jovem mancebo insistia em olhar para o fusca sem me direcionar o olhar, e eu insisti disfarçadamente, até que ele percebeu a minha indolência e perguntou:
- O senhor é médico? E no platô inspiratório seguinte ele mesmo respondeu...
- Ah! É o doutor Roger... mas ele ficou diferente dentro deste fusca!
Descobri que o jovem trabalhava sob uma pressão imensa para não permitir que pessoas estranhas, com fuscas estranhos, ocupassem a vaga de médicos estranhamente metidos a “enjoados”.
Também fui barrado em mais dois hospitais. Num deles, o público, quando o porteiro percebeu que cometeria a gafe, eis que os seus colegas de trabalho intercedem e gritam, Nãããããão!!! Deixa esse entraaaaaar. É o fusca do Dr. Roger. Dia de Domingo ele não vem com o importado!
Nessa eu descobri que só se importam com você, quando se tem carro novo ou importado.
Aos sábados pela tarde, quando vou jogar minha pelada lá na estrada 40 horas, também costumo ir de fusca. Junto com Pedrinho – o filho que guarda o violão -, apanho meu amigo Neto no meio do caminho e sigo destino. Nos semáforos, na espera do verde, sempre existem flanelinhas dispostos a estender a mão para saborear uma moedinha, mas quando se está de fusca, eles sempre passam direto, e sequer olham para você. Raramente tentam lavar o vidro do carro. Sinto-me desprezado pelos flanelinhas quando ando de fusca enferrujado. Digo que me sinto discriminado. O meu parceiro só faz rir. De fato ele acha o maior barato olhar a vida dos flanelinhas de dentro de uma espelunca de mais de 25 anos.
Mas a melhor aconteceu na Pedro Álvares Cabral com a Júlio César, onde está prestes a nascer um viaduto. Um flanelinha havia simpatizado com o meu fusca e resolveu lavar o vidro. Eu não me opus, até porque me assustei com este momento de raridade urbana. Seria um insano? Um desesperado por uma moeda a ponto de apostar no fusca a sua última carga de água com sabão? Como o vidro é pequeno, o esguio e arisco flanelinha acabou muito rápido. Provavelmente percebeu que, por mais que não ganhasse moeda, certamente não perderia tanto tempo, nem tanto material. Então eu dei-lhe um real. Merecido! Este merecia! Ele olhou, olhou, olhou... e gritou. Égua! O cara do fusca me deu um real! Milagre!!!
Assim descobriu ele, certamente, que, de onde não se espera nada, pode até não vir nada, mas pode vir uma moeda de um real. E isso pode fazer tamanha diferença na sua alegria. É a filosofia de quem vive na rua.
Se meu fusca falasse, ele certamente confirmaria tudo o que estou contando. Nada é lenda. É a pura verdade destilada com a surpresa de se ver, através dos vidros de um fusca azul-calcinha, que existe um esfacelo entre o conceito e o preconceito, independentemente para onde você esteja apontando o seu farol.

*Texto de Roger Normando, médico, cirurgião de tórax, peladeiro e amigo antigo deste poster. Portanto, vade retro safardanas!

Mundo, Mundo, Vasto Mundo

Mundo pequeno. Mesmo se esticado na blogosfera ao modo da fórmula de Poincaré. Prova do que digo está num dia desses em que por essas infovias dei com alguém que está inscrita na memória dos tempos do Colégio Estadual Paes de Carvalho, em meados dos 70: Cinthia Penna de Carvalho, hoje assinando Medeiros por ter casado.
Minha segunda surpresa foi reconhecer que mantem a mesma paixão pela poesia, cultivada em lírica desde aqueles tempos juvenis. E para lhes dar conhecimento desse talento, transcrevo aqui uma dentre tantas outras daquela época, distinguida em concurso que disputamos sob a rigorosa presidência do saudoso professor Francisco Paulo Mendes. No certame eu recebi menção honrosa, ela um dos primeiros lugares.

Cantiga

O que me fascina em ti
é a sombra dessa imensa tristeza,
concebida sob um sol diferente,
transformando os pesares da vida
numa fragrância essencial.

O que eu admiro em ti
é a tua natureza,
de uma beleza resplandecente,
quase perfeita.

O que eu amo em ti
é a grandeza dos teus gestos
pequenos grandes gestos
bando de pássaros revoando
o céu azul claro do bem-servir.

O que me comove em ti
é o estado criança
de ver a beleza do mundo,
é a descoberta do desconhecido.

O que eu adoro em ti
é o milagre da vida
e as coisas que ficaram,
simplesmente, esquecidas.

(poesia premiada no 1º Concurso de Poesias
do Colégio Paes de Carvalho, Belém-Pa)

Marte, de novo


Imagem: AFP/Nasa/JPL

O assunto científico do dia pode ter sido o CERN, mas a imagem mais bela veio da NASA.
Sob a camada superficial de gelo, o relevo moldado pelo vento revela areia escura, de basalto, gerando experiência visual singular.

Ou É, Ou Foi, Ou Será, Mas Estamos de Mal

Vou contar pra vocês: Há dias uma ou outra notícia na imprensa e nos blogues davam conta do assunto. Mas, agora, parece que há um fundo de verdade. No PSOL estaria acontencendo um pega-pra-capar qualquer, típico daqueles que assombram a política desde sempre. Pois assim me pareceram explícitas as entrelinhas da mensagem eletrônica, circulada hoje entre jornalistas:

Nota de esclarecimento ao PSOL

I - Sobre a suposta reunião da Executiva Nacional do PSOL

Circula nos meios partidários a divulgação de uma suposta reunião da Executiva Nacional no dia 31.03. Informamos ao partido que tal reunião é tão somente de uma parte da direção executiva, pois foi convocada à revelia e sem convocação dos membros desta instância e inclusive daquela que preside a referida instância partidária, Heloisa Helena. Por esta razão, tal reunião não se configura como reunião da Executiva Nacional do PSOL, não podendo, portanto, deliberar enquanto tal. Vencida plenamente a segunda etapa da III Conferência Eleitoral, as instâncias competentes do PSOL, de forma legítima e legal, poderão e deverão debruçar-se sobre as eventuais divergências ocor ridas no transorrer do processo nos municípios e nos estados, encaminhando, sempre no mais absoluto respeito às regras partidárias, as soluções que melhor conduzam o PSOL à sua construção.

II - Sobre a comunicação oficial do PSOL

Desde o dia 25 de março a presidência do PSOL, detentora do domínio do endereço Saiba mais')">www.psol.org.br , assumiu a responsabilidade pela administração do conteúdo deste site. Em nota pública aos filiados, membros da Executiva Nacional assumiram esta ação como absolutamente legítima e necessária, em função de uma fração da direção, responsável pela administração política do site, estar utilizando-o para fazer campanha em favor de um dos pré-candidatos à presidência da República, configurando-se claramente em utilização parcial do site, que deveria funcionar por acordo político entre todas as forças políti cas que compõe o PSOL.

Em 24 horas, colocamos o site no ar novamente, após recebermos do dirigente do Diretório Nacional José Luis Fevereiro uma resposta positiva de que aceitaria mediar a administração dos conteúdos da comunicação oficial do PSOL, desde que esta fosse de comum acordo entre os membros que compõem a Executiva Nacional do PSOL. Infelizmente, e mostrando mais uma vez que não tem interesse na imparcialidade do site, os dirigentes que vinham utilizando-o para fazer propaganda de uma única posição política, não aceitaram a mediação independente. Ao contrário, preferiram iniciar uma campanha difamatória, inclusive acusando-nos de ter retirado do ar o site da liderança do PSOL, uma inverdade facilmente comprovável. Preferiram ai nda colocar outro site no ar, que segue fazendo campanha aberta em favor da organização de uma pré-candidatura à presidência, inclusive divulgando atividades não oficiais do PSOL, sem amparo legal e sem legitimidade política, razão pela qual nossos filiados não podem ter as informações contidas no falso site do PSOL como oficiais.

O site oficial do PSOL está no endereço Saiba mais')">www.psol.org.br , e as informações lá contidas são as necessárias para orientar e informar os membros do partido sobre as atividades partidárias.

De nossa parte não vamos utilizar o site para propaganda de qualquer pré-candidatura ou divulgação de atividades não oficiais do PSOL. Insistimos ainda na proposta de construirmos uma arbitragem neutra para o site. Acreditamos que o companheiro José Luis Fevereiro, mesmo com esta negativa inicial de uma parte da Executiva Nacional, não se furtará da responsabilidade de assumir esta tarefa com o intuito de colaborar na superação deste quadro de crise.

Aproveitamos para reafirmar nosso inabalável compromisso com o estatuto e programa do PSOL, com as regras de nossa III Conferência Eleitoral e também para reafirmar nosso apelo ao respeito às instâncias de base do PSOL, à vontade da maioria, ao resultado soberano das conferências estaduais, caminho natural para conseguirmos superar os impasses que vivemos em nosso partido.

Heloisa Helena – Presidente Nacional do PSOL

Edilson Silva – Executiva Nacional do PSOL

Elias Vaz - Executiva Nacional do PSOL

Jefferson Moura - Executiva Nacional do PSOL

Mário Agra - Executiva Nacional do PSOL

Pedro Fuentes - Executiva Nacional do PSOL

Roberto Robaina - Executiva Nacional do PSOL

*******************

Nota bene: o grupo político do ex-prefeito Edmilson Rodrigues não assina a nota.

Chapada dos Veadeiros - Flora e fauna

O cerrado goiano, possue uma fauna e flora especiais, dignas de nota e registro. Tão supreendente quanto encontrar uma enorme cachoeira despencando 50 metros rumo a um canyon, é ver a diversidade entre as espécies típicas daquela região. E isso, você pode fazer de forma mais apropriada, seguindo uma de suas inúmeras trilhas.
Todas as trilhas, estão situadas em sítios e fazendas, que lucram com o farto turismo na Chapada, cobrando 10 reais por pessoa. Baratíssimo, tendo em vista os cenários deslumbrantes. Contudo, é barato também por uma outra razão menos nobre, penso eu. De fato, trilhar os despenhadeiros ou mesmo uma simples, cachoeirinha, não é exatamente uma atividade segura. Não existe por exemplo, um cabo de segurança ao longo das trilhas mais radicais. Em outras palavras, se você escorregar, sua morte é certa em alguns trechos. Isso, é lógico, me deu arrepios. Mas mesmo assim, cumprimos com destreza técnica e sucesso nossos caminhos. Sempre exercitando a nobre rotina de manter a concentração nas horas mais difíceis, apoiando uns ao outros. Mas desde já, deixo claro que não aconselharia a presença de crianças em nenhuma hipótese nestas atividades. De uma certa maneira, você está à própria sorte. E mesmo adulto, contrate um guia local para ajudá-lo.
Ainda em BSB, o show começou pela janela do apartamento de uma das integrantes de nossa aventura. Dela, fotografei estes inacreditáveis pássaros que não sei nominar. Quem sabe os "pseudocandangos" não possam ajudar.
Este belíssimo pássaro azul...
... junto com este verdinho, ainda em BSB.
Já no cerrado goiano, próximo a pequena e cumpridora cidade de São Jorge, consegui fotografar um sabiá que nunca tinha visto. O sabiá de peito amarelo.
Sabiá de peito amarelo em Goiás.
Quanto a flora, dela nada sei a não ser a maravilha de registrar alguns exemplos notáveis de plantas e inflorescências típicas da região.
Veja só o topo desta inflorescência....
... ou a maravilha das pequenas e vistosas flores do campo...
... ou uma flor de arbusto sofisticada...
...ou algo resistente ao clima, apenas semelhante a uma bromélia...

...ou algo mesmo difícil de descrever.
Não há como não se estar em paz com a natureza exuberante do lugar. Não há como fazer as fotografias exibirem os odores e ruídos destes elementos. Mas há como compartilhá-los dentro destas limitações. E neste sentido, os próximos capítulos, vão falar das trilhas e rumos que cumprimos por lá.

Mais uma?

O blog do Prof. Alan, comentarista bissexto do Flanar, noticia o que pode vir a ser revelado como a mais nova estripulia do murubixaba do PMDB, Jader Fontenele Barbalho.

Jader Barbalho é denunciado pelo MP

O Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, ofereceu denúncia contra o deputado federal Jader Barbalho (PMDB/PA), no âmbito do STF - Supremo Tribunal Federal (Inquérito nº 2.909), por suposta prática de crime contra a ordem tributária.

Jader teria sido autuado pela Receita Federal, no valor de 2,8 milhões de reais, em junho de 2007. Jader recorreu em todas as instâncias administrativas, perdendo em todas, e depois recorreu ao Judiciário. A exigibilidade do crédito tributário está momentaneamente suspensa por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Na denúncia o Procurador-Geral da República atribuiu a Jader três condutas:

1) Ele teria declarado à Receita Federal que a maioria de seus rendimentos vinha de atividades rurais, o que não teria sido comprovado pelos Auditores da Receita Federal. Segundo a denúncia o deputado teria forjado vendas de gado de corte para beneficiar-se de tributação mais favorável;

2) Segundo os Auditores da Receita Jader teria realizado gastos incompatíveis com as rendas declaradas, omitindo os rendimentos que cobriram os débitos apurados pela Receita;

3) O deputado teria prestado informação falsa à Receita Federal, deixando de recolher imposto de renda sobre rendimentos recebidos pelo Senado a título de "ajuda de custo" e "ajuda de custo extraordinária".

Em despacho datado de 22 de março deste ano (publicado ontem no Diário de Justiça em meio eletrônico), o ministro Marco Aurélio determina que "notifiquem o indiciado para o oferecimento de resposta", dando prazo de quinze dias, de acordo com a Lei nº 8.038/90.

Segundo o blog do Fred, o advogado Helenilson Pontes, que representa o deputado, teria dito que o mesmo ainda não foi notificado desse despacho. A assessoria do deputado também informou desconhecer a decisão.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Mais uma vergonha

Conexão 3G da Claro em BSB é inacreditavelmente rápida. Enquanto isso, em BEL...

Nós perdemos o futuro de vista?

Que nós vivemos numa era pessimista, é absolutamente inegável.
A economia global sofre muito, o planeta está superaquecido (acredita-se), respirando os detritos da indústria e a pobreza permanece como uma mancha indelével entre milhões e milhões de pessoas.
A natureza, por sua vez, contribui com desastres naturais sucessivos e de dimensões catastróficas.
Distopia parece ser a palavra-chave. Desastre é mais do que apenas um link.
Ao olharmos para o futuro todos vemos um cenário em destruição, industrializado ao extremo, sujo e esfumaçado, preenchido pela humanidade em implosão, apesar do crescimento populacional desenfreado.
Se permanecermos na trilha atual, o futuro será parecido com o que achamos que vai ser. É quase como se nós, humanos habitantes do planeta Terra, tivéssemos aceitado este cataclisma ambiental, social e humanitário como inevitável.
O que aconteceu com todas aquelas naves espaciais sobre as quais lemos e que vimos na televisão e no cinema? Para onde foi o deleite e o orgulho com os quais sonhávamos a respeito de estações de embarque superlotadas de pessoas prestes a embarcar para mundos novos em direções variadas do cosmo? Nós decidimos que o futuro não nos trará surpresas e as únicas coisas que vemos à nossa frente são o caos e o desastre?
Será que preferimos sonhar com passados especulativos, que nunca aconteceram, do que com futuros que ainda podem existir? Ou que estamos tão afundados no realismo chato e monótono do dia-a-dia recessivo e cada vez mais pobre de nossas vidas?
O fracasso de programas espaciais quase-defuntos contribuiu para isolar os nossos sonhos de um futuro imediato melhor, e de outro mais remoto, pleno de glamour?
O que quer que aconteça, seja o futuro como for, guarde que surpresas guardar para a raça humana, que os dias vindouros resgatem pelo menos parcialmente a celebração e a diversidade dos futuros brilhantes das obras de Isaac Asimov.



P.S.: as idéias aqui expostas surgiram após uma pergunta feita pela minha esposa, no domingo à noite: “você vai ler outro livro de ficção científica”?

Adeus, Armando Nogueira

Como um apaixonado pelo esporte bretão, não posso deixar de fazer o registro da perda, hoje, do jornalista Armando Nogueira, que faleceu em casa, no Rio de Janeiro, vítima de câncer no cérebro.

Armando foi autor de alguns dos mais belos textos sobre futebol de que se tem notícia. Apaixonado torcedor do Botafogo, como eu já fui, ombreou-se a Nelson Rodrigues, tricolor histórico, nas palavras escritas sobre o mais popular dos esportes.

Se Flamengo e Vasco podem se jactar de ter os maiores títulos do futebol carioca, Botafogo e Fluminense podem reivindicar a torcida dos maiores craques das letras. Isto faz uma tremenda diferença.

Voltando

Neste momento, em plena GO-118, rumo a Brasília. Antes disso, uma paradinha em Alto Paraíso, uma bela e limpa cidade. Daqui a pouco, às 23 h, um boeing rumo a Belém.

Direitos Humanos e o Pará

Com a gentileza que lhe é peculiar, o querido amigo Paulo Klautau Filho, Mestre pela UFPa, Master in Law pela New York University (NYU) e Doutor em Direito pela USP escreveu, com exclusividade para o Flanar, um artigo a respeito do acordo firmado pelo Estado do Pará junto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA no caso da Fazenda Ubá, e que foi notícia aqui no blog na semana passada.

A íntegra do artigo segue abaixo.

O PARÁ NO SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS: ENTRE A BARBÁRIE E A UTOPIA.

O Sistema Interamericano de Direitos Humanos está inserido no processo histórico recente de construção de um Direito Internacional dos Direitos Humanos. Trata-se do esforço de afirmação de uma consciência ética coletiva, sustentada por um sistema institucional capaz de reconhecer, proteger e promover aqueles direitos.

Os marcos iniciais de tal processo são a Carta da Organização das Nações Unidas (1945) e a Declaração Universal de Direitos Humanos (1948).

A Carta da ONU é o primeiro texto normativo com força jurídica vinculante da história da humanidade a reconhecer e a adotar a expressão “direitos humanos” (!). Por isso, no imediato Pós-Guerra, a tarefa inicial da Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH) foi preencher de conteúdo a expressão, dizendo quais são aqueles direitos e quem são seus titulares.

Mas a DUDH é uma Resolução da Assembléia Geral da ONU. Isso significa que ela não tem a força de um tratado internacional. Em outros termos, ela não tem “força de lei”. Corresponde a uma exortação moral - o que os internacionalistas chamam de “soft law”. Mas, a partir dela, iniciou-se um amplo e árduo processo de negociação e implementação de tratados e sistemas jurídicos visando a dotar seus princípios e direitos de efetividade, levando-se em conta, cada vez mais, as situações concretas de sujeitos específicos de direitos (por exemplo: mulheres, crianças, minorias étnicas, vítimas de tortura) e a diversidade político-cultural entre as regiões do planeta (daí, os sistemas africano, interamericano e europeu de direitos humanos).

Os tratados internacionais são estruturados a partir da ideia de que não basta declarar direitos. É preciso estabelecer deveres (quem é responsável pela promoção dos direitos? quais os meios?), criar “mecanismos de monitoramento” e “órgãos de monitoramento” para acompanhar a realização de direitos e deveres reconhecidos nos tratados.

A responsabilidade primária pela promoção dos direitos é dos Estados-membros, que aceitam, exercendo a escolha soberana de serem partes do tratado, o monitoramento subsidiário dos órgãos de monitoramento previstos no instrumento. Esta verdadeira jurisdição internacional subsidiária deve atender aos requisitos do esgotamento dos recursos internos ou da injustificada demora por parte do Estado nacional em resolver questões de violação de direitos.

A Convenção Americana de Direitos Humanos ou Pacto de San José da Costa Rica (1969) é o tratado que criou o Sistema Interamericano de Direitos Humanos, instituindo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de Direitos Humanos como órgãos de monitoramento deste sistema regional.

O Brasil, por evidentes razões históricas, somente aderiu ao Pacto de San José em 1992 (mais de duas décadas depois de sua adoção) e somente reconheceu a competência da Corte Interamericana para apreciar petições com queixas e denúncias de violações de direitos de seus cidadãos (o mecanismo de monitoramento por excelência do sistema) em 1998. Vale enfatizar, portanto, que esta verdadeira jurisdição internacional de direitos humanos assim como a participação do Estado Brasileiro nela ainda ensaiam seus primeiros passos.

O acesso das petições contra o Brasil ao sistema interamericano, atendido o requisito do esgotamento dos recursos internos e/ou da demonstração da injustificada demora, inicia-se sempre pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Esta deverá ouvir o Estado interessado e fazer recomendações pertinentes para remediar a situação examinada. Se o Estado não tomar as medidas adequadas, a Comissão poderá enviar o caso para a Corte Interamericana de Direitos Humanos, cujas decisões terão força de sentença judicial, podendo ser executadas pelo processo interno vigente contra o Estado.

Em suma, pode-se dizer que, enquanto a Comissão atua com funções de um órgão de conciliação e de ajuste de conduta, a Corte atua com funções de verdadeiro órgão jurisdicional. Toda a ideia de uma jurisdição internacional de direitos humanos é orientada pela busca de efetividade e de superação do paradigma tradicional da soberania absoluta dos Estados nacionais na relação com seus cidadãos. Por esse processo, os cidadãos ganham personalidade jurídica de Direito Internacional e os Estados aceitam que devem prestar contas à comunidade internacional.

É nessa perspectiva mais ampla que se deve situar o primeiro acordo celebrado pelo Estado do Pará, como ente da federação brasileira, perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, no caso da Fazenda Ubá (Caso 12.277), reconhecendo responsabilidade pela morte de oito trabalhadores rurais em conflitos fundiários, indenizando familiares das vítimas e comprometendo-se a adotar medidas de não repetição.

Nada disso apaga as perdas humanas e a dor de familiares. E, também, não se produz magicamente a paz no campo e a superação da indignação que a impunidade deste, e de outros crimes, para além do contexto do conflito fundiário em nossa região, despertam nos cidadãos de nosso país.

Contudo, não se deve minimizar a mudança de paradigma na atuação do Estado do Pará, no contexto brasileiro e internacional, concretizada em um acordo desse tipo perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos. O Estado do Pará agiu como participante ativo no sistema internacional, e como liderança federativa dentro do país, contribuindo para a integração do Brasil a este processo de construção de um aparato institucional e ético que reúna mecanismos internos e internacionais na luta por justiça social.

Vale lembrar que as recomendações feitas ao Brasil pela Comissão Interamericana, no caso “Maria da Penha” (2001), foram fatores decisivos a influenciar o processo interno de promulgação da Lei “Maria da Penha”, em 2006. A lei não acaba com a violência doméstica no país, mas é um duro golpe na crença de que “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”. A plena efetividade da Lei depende da interação entre mecanismos de execução e de mudança pedagógica na consciência ética coletiva.

De forma análoga, a violência, a impunidade e a injustiça nos conflitos fundiários em nosso Estado, e nosso país, ainda serão um desafio por muito tempo. Mas entre a barbárie e a utopia, hoje, o Estado do Pará deu um passo em direção à utopia. Para que outros passos sejam dados, este precisa ser compreendido.

A consulta e a resposta

Há mais ou menos duas semanas, aquele conhecido colunista de negócios da cidade publicou que a Azul Linhas Aéreas começaria a operar em Belém a partir de agosto deste ano. Escreveu daquele jeitinho são favas contadas de que ele gosta. Como tenho uma vontade enorme de ver a Azul pousando aqui, até me animei, mas depois me lembrei de que precisava desconfiar. E por desconfiar mandei um e-mail para a empresa. Eis a resposta (grifos meus):

Este contato gerou a ocorrência número: 481438-703979448
Boa noite, Yúdice

Atendendo sua solicitação, informamos que no momento não temos previsão de voos para o Belém.
Sugerimos que acesse nosso site periodicamente para verificar as informações sobre a ampliação de nossa malha aérea e sobre os lugares em que já operamos.
Estamos expandindo novos locais de voos progressivamente, já que nossa frota ainda é insuficiente para abranger todos os locais importantes do Brasil neste momento.
Ressaltamos que você também pode se cadastrar em nosso Programa de Fidelidade Tudo Azul, para receber os informativos sobre nossas promoções e novas rotas disponíveis por e-mail.
Esperamos tê-lo a bordo em breve!
Agradecemos o contato.

CABRAL AMANDA
Atendimento ao cliente
Tel: 3003-AZUL (2985)
Acesse: www.voeazul.com.br
Azul Linhas Aéreas Brasileiras


"Todos os locais importantes do Brasil"... Eles podem até não pousar em Belém, mas que sabem ser simpáticos, lá isso sabem.
Resta-nos porém lamentar a nossa sorte. Quem terá enterrado uma cabeça de burro embaixo do Pará? Vai ver que a desgraçada foi prejudicada pelo buracão de Serra Pelada e decidiu se vingar de nós?

domingo, 28 de março de 2010

Comidas e vinhos de Belém na Folha

Estava "de bobeira" passeando pelo site da Folha de S. Paulo e me deparei com o blog culinário e de vinhos de Marcelo Katsuki. Por coincidência, Marcelo está (ou esteve muito recentemente) em Belém, e tem mais de 10 posts sobre restaurantes e casas de vinho pela cidade. As paradas obrigatórias dele pela cidade vão desde a Feira da 25 (melhor tucupi, jambu) e o manjado Ver-o-Peso, até os lugares mais descolados da Brás de Aguiar, como o "A Toca" e o "Grand Crus".

As fotos de Marcelo dão água na boca, além de uma baita saudade da culinária local. Isso sem falar no bom vinho e nas comidinhas mais transadas e sofisticadas, como os mini rosbifes de filé com foie gras e redução da vinho tinto do "Grand Crus" (ao lado) . Vale à pena dar uma conferida no blog dele. Quem mora na cidade tem que dar uma parada nos locais indicados. A quem está fora, como eu, só resta suspirar e fazer desde já uma listinha para a próxima visita...

Raizama

Esta foi a palavra mágica do dia. Esperávamos um desafio menos radical, tendo em vista que o Vale da Lua, já não tinha sido nada fácil.
Partimos de São Jorge por volta das 10 h, após um farto e completo café da manhã, servido na pousada Alecrim do Campo. Seguimos rumo a acidentada estrada até Raizama. Antes de começar a empreitada, não imaginávamos o que iríamos encontrar. Após enfrentar uma trilha difícil, beirando ribanceiras com estreitamento de menos de 1 metro, pedras escorregadias, eis que desponta a incrível cascata de Raizama. Toda a maravilha de um salto de 50 metros rumo a uma garganta monumental. Um passo em falso e adeus. Mas a visão do conjunto, é algo pra nunca mais sair da memória. E de todas as imagens que registramos do local, nenhuma conseguirá descrever o cenário e principalmente, os ruídos, os odores e matizes daquele lugar.
Sonho realizado com sucesso absoluto. Agora em meio ao espírito de união, solidariedade e alegria que marcaram a viagem, começamos a preparar o duro retorno. Retomada de atividades que vão garantir muitas Raizamas.
Raizamas pra vocês!

Pessah: Henio aos 70

Em memória do polonês-manauara Nuta Pecher, que, paralisado detrás de uma porta, ainda menino, viu toda sua família ser metralhada pelos nazistas na Polônia.

Chamou-se Henio o menino da foto. Não cresceu, nem se fez adolescente. Sonhar em ir a universidade, namorar, casar, ter filhos e, quem sabe, netos - impossível!
Não viu também sua terra natal ser devastada pelos alemães e a seguir ser de novo conquistada pela URSS, que fez dela estado-suserano por quase 50 anos, após a partilha da Europa entre os Aliados com o fim da Segunda Guerra Mundial.
Congelados para sempre na foto, seus olhos não tiveram a chance de admirar a chegada do homem à Lua, os campeonatos mundiais de futebol, as maravilhas da medicina moderna, o avião a jato, os Beatles e os Rolling Stones, a televisão, o computador pessoal, o telefone celular, a liberdade sexual e nem quando os países do seu continente reuniram-se pacificamente como União Européia.
Henio, ali projeto de homem, sequer teve a chance de escrever um diário, como o fez sua irmã em fé mosaica, Anne Frank, que legou a nós e aos seus sua preciosa visão de mundo, mundo aquele mais ou tão perigoso quanto este!
Com alegria, quem sabe no final dos anos 70, como pai de família tivesse comemorado em Israel que um conterrâneo polonês seu fosse eleito chefe da Igreja de Roma, e depois se tornado um dos papas mais amado dos católicos, por igual reconhecido como digno de respeito político entre os chefes de estado de todo o mundo, pelos desafios que teve de enfrentar durante seu longo pastoreio...
Nada disso Henio Zytomirski veria, porque foi logo depois dessa foto assassinado pela malta criminosa dos nazistas na Polônia, há 70 anos. Contudo suas cinzas que circulam por aí afora, ou quem sabe incorporadas ao ciclo vital, são hoje honradas no facebook por cerca de 5000 amigos, a maioria com idade para serem os filhos e os netos que nunca gerou. Surge assim, na blogosfera, outra resistência à barbárie humana; contra a ferocidade que vitima o mais frágil dos seres, independente de nacionalidade, cor de tez, credo professado e sexo: as crianças.

Nota: Pessah (Passagem) acontece em março, junto da Páscoa. Na ocasião o povo judeu relembra sua libertação como escravos dos egípcios e a busca pela Terra Prometida sob a liderança de Moisés. É a esta celebração que se referem as representaçoes pictóricas de Cristo reunido com seus Apóstolos na Santa Ceia.

36 domingos atrás


Imagem Scylla Lage Neto

Sem palavras.

Luzes da cidade

Frio leve com águas quentes

Visitamos agora, no final da tarde, um local com piscinas de águas termais. Foi uma experiência incrível. A lua, ao fundo quase cheia, uma palmeira, um friozinho leve, e nós "cozendo" tranquilamente. Rindo muito, pela presença sempre animada de um velho amigo. Devo dizer que desde já, a pacata localidade de São Jorge, já é inesquecível.

sábado, 27 de março de 2010

Conversando com a Pesquisa

A pesquisa Datafolha de 27/03 foi realizada com 4.120 eleitores. A anterior do mesmo instituto foi realizada com 2.600 eleitores. Quando consultados por Veja, em 07/2008, sobre qual o número mínimo de entrevistados para uma pesquisa de eleição presidencial, IBOPE e Datafolha afirmaram que “não há um tamanho mínimo ou ideal para uma amostra eleitoral, o mais importante seria o grau de similaridade da pesquisa com o universo pesquisado”. Em termos de amostragem nacional, o Datafolha afirmava que suas pesquisas realizavam entre 2.000 e 2.500 entrevistas, enquanto o IBOPE calculava que entre 2.000 e 3.000 entrevistas era suficiente para realizar uma pesquisa de campo.

O que houve para o Datafolha ampliar o nº de entrevistas em março de 2010? Os custos para a realização com certeza aumentaram, e nem há evidência técnica que a explosão desse número serviria para garantir melhor qualidade técnica da informação. Além do mais, apesar do tamanho da amostra ser o dobro do limite inferior com que o Datafolha habitualmente trabalha, a margem de erro permaneceu igual em comparação à pesquisa de fevereiro passado: 2%. Seria o aumento do número de entrevistados necessário para equilibrar a amostra, face a composição regional de tendências do eleitorado?

Outra curiosidade é que na divulgação da pesquisa de março se deu pouco valor à resposta espontânea. Segundo tem informado o Datafolha, em processos eleitorais o ideal é observar o conjunto dos resultados trazidos do campo, de forma a construir um quadro compreensivo da dinâmica da intenção de voto. As taxas obtidas na intenção de voto espontânea podem, por exemplo, indicar o grau de consolidação do voto em uma candidatura. Por sua vez, também o Ibope considera que os dois tipos de respostas são importantes: a espontânea mostra quem já está "firme com cada candidato" e a estimulada mostra como o eleitor votaria se tivesse de decidir naquele momento entre os nomes dos candidatos apresentados pelo entrevistador.

Seguindo essa linha de raciocínio, se analisarmos os resultados da pesquisa espontânea do Datafolha é digno de nota como o voto em Serra é pouco consolidado entre os entrevistados, em contrário de sua performance na estimulada. Na espontânea divulgada em fev/2010, Serra tinha 7% e agora em março tem 8%. Dilma tinha 10% e agora tem 12%. Os que disseram espontaneamente que votariam no candidato do Lula eram 4% e agora são 3%.

Esses resultados não são dos mais animadores para o candidato tucano à sucessão de Lula e levantam algumas questões que merecem consideração...

Em termos comparativos, na eleição de 2006, observo que na pesquisa Datafolha de março/2006, quando então Geraldo Alckimin anunciava a sua candidatura depois de longo embate com Serra, Alkmin tinha 10% na espontânea e 23% na estimulada, Lula tinha 42% na estimulada e 38% na espontânea. Ainda que não fosse possível hoje e naquela altura afirmar que Alckimin fosse mais conhecido do que é Serra hoje, ou do que Serra foi algum dia, nem um dos candidatos em 2006 apresentava a diferença gritante de 28 pontos (espontânea - estimulada), que Serra registra nas últimas pesquisas divulgadas, o que por originalidade faz dele digno de registro no Guiness Book.

Assim, para lançar mais luz sobre o inusitado, apimentemos o passado e o presente nas perspectivas das seguintes evidências:

  • Em 2006, o governo Lula tinha a aprovação de 32% dos brasileiros em comparação com os 76% que tem hoje.
  • Por ocasião da disputa no ninho tucano sobre quem era mais popular para disputar o governo paulista - Serra ou Alckimin -, o segundo ganhava de lavagem apesar de toda a exposição do primeiro como o "melhor ministro da saúde" que o Brasil teve.
  • Os registros anedóticos da caminhada anônima de Serra em Pernambuco, no carnaval passado, conforme registrado em vídeos no You Tube.

Waaal, assim exclamaria o finado Paulo Francis - e que D'us em sua infinita misericórdia o tenha em lugar politicamente correto!!


Por sua vez, com respeito a Dilma observamos uma distribuição mais coerente dos dados informados. Com base nos resultados da espontânea, observamos uma tendência positiva de consolidação da candidatura petista na medida em que observamos a diferença entre os votos estimulados e espontâneos diminuir em conformidade com um padrão mais verossímil. Uma constatação que denuncia o óbvio exagero publicado hoje na Folha de São Paulo, quanto a Serra se isolar na liderança da sucessão de Lula. Muita água ainda vai rolar debaixo dessa ponte.

Farofa com ôvo

Atenção!



Techno-Pop. Rock. Cocotagem...!?

A versão ao vivo do Massive Attack - "Unfinished Sympathy", num show em Londres, é obra e arte de meu irmão - que lá mora.

Pop...pop...Pop

That's Set List

1 Broken Social Scene - "Stars And Sons"
2 Broken Social Scene - "Capture The Flag"
3 Broken Social Scene - "KC Accidental"
4 Death Cab For Cutie - "Meet Me On The Equinox"
5 Radiohead - "Everything in Its Right Place (Hybrid Remix)"
6 Kraftwerk - “Musique Non Stop (German version 12'')”
7 Massive Attack - "Unfinished Sympathy"
8 Broken Social Scene - "Anthems For a Seventeen Year”
9 Broken Social Scene - "Cause=Time"
10 Broken Social Scene - "Late Nineties Bedroom Rock For...”
11 Broken Social Scene - "Shampoo Suicide"
12 Broken Social Scene - "Lover's Spit"
13 Alexandre Desplat - "New Moon (The Meadow)"
14 Anya Marina - "Satellite Heart"
15 Band Of Skulls - "Friends"
16 Metallica - "Until It Sleeps"
17 Pink Floyd - "Another Brick In The Wall (Mike Truman Remix)"
18 U2 - "Mysterious Ways (Massive Attack Remix)"
19 U2 - "New Years Day (Hybrid Mix)"

Cinquenta anos



Esta é uma canção que, pode-se dizer sem medo do clichê, marcou várias gerações. Eu mesmo já perdi a conta de quantas vezes a cantei, a plenos pulmões. Só não lembro se naquele fatídico show no ginásio da Escola Superior de Educação Física cheguei a cantá-la com mais algumas milhares de pessoas, antes de Renato Russo parar o show da Legião Urbana aos 50 minutos de apresentação e sair do palco, diante de uma plateia atônita. Minha lembrança ficou no "boa noite, Belém".

O temperamento explosivo não destruiu a fama de Renato Manfredini Júnior. A melancolia de suas letras, sua presença magnética de palco, aliadas à sua morte precoce, vítima da Aids, era mais fulgurante que qualquer chilique que manchasse sua reputação.

Se estivesse vivo (ou, como ouvi maldosamente - não sem uma boa dose de humor - se usasse camisinha), Renato Russo completaria hoje 50 anos. Há quase 14, ele não está mais entre nós. Mas as novas gerações continuam a cantar suas canções, a plenos pulmões. Urbana Legio Omnia Vincit.

Charque side IV (última parte)

Encerro com esta postagem a série iniciada 4a feira passada, completando as faixas do álbum The Charque Side of the Moon, criação da banda paraense La Pupuña sobre o histórico The Dark Side of the Moon, do Pink Floyd.

A primeira das três últimas músicas é a instrumental Any Colour You Like. Nesta, o La Pupuña manteve o timbre original da guitarra roqueira do Pink, acrescentando mais uma vez uma levada percussiva caribenho-nortista. Dá para se sentir singrando qualquer rio-mar da Amazônia a bordo de uma gaiola, o barco de passageiros típico da região.

A penúltima do disco é Brain Damage, que alterna o ritmo do siriá com o da lambada. Ouvem-se risadas da cantora Fafá de Belém, em contraponto ao canto choroso do vocalista.

O último charque é Eclipse, uma apoteose em homenagem aos mestres da guitarrada, tipicamente paraoara.

O fantástico trabalho do La Pupuña e seus convidados (Gabi Amarantos, Mestre Vieira, Sammliz, vocalista da banda Madame Satan, o grupo parafolclórico Os Baioaras, dentre outros) merece ser conhecido, divulgado e, até mesmo, cultuado. Coisa finíssima. Tomara que entusiasme outras bandas locais a colocarem nossa música para dialogar com a do resto do mundo, tornando-a universal.





Sobrevivemos

Primeiro dia na pequena localidade de São Jorge, a cerca de 300 km de Brasília, em plena Chapada dos Veadeiros. Um local odara por excelência. Resistimos bem a toda esta "odarice". Mas percorremos com sucesso as perigosas trilhas do Vale da Lua, entre rochas com desenhos sinuosos e fendas amplas com correntes de águas encachoeiradas descendo em moderada velocidade. Nesta fase, todo cuidado era pouco. Mas vencemos e ganhamos um ótimo banho de água gelada.
A noite foi agradável, friazinha e estrelada, com lua quase cheia. Tomanos 2 garrafas de tinto Gato Negro.
As pousadas à noite, concorrem por quem faz a melhor decoração e efeitos de luz, com velas e candeeiros. Um show à parte, que amplia a "odarice" forte do lugar. Todos felizes, saudáveis e motivados. Amanhã, o programa será menos radical.

Primavera nos dentes

Depois de longo e tenebroso inverno, eis que a primavera mostra seus primeiros sinais nessa parte da Europa, mais precisamente no jardim do Beginhof, em Bruges. E são justamente narcisos, flores que resistem às geadas noturnas que ainda podem acontecer nesse começo de estação. Para quem, como eu, veio da "ilharga" do equador, o inverno que se vai foi o mais difícil de todos, com temperaturas de - 15°c. Segundo o Instituto Real de Meteorologia da Bélgica, foi o mais frios dos últimos 15 anos, com média de 1,8°c e 31 dias de nevascas. Mas, enfim, a gente resiste ao frio com a certeza de que a primavera vem. E que alegria quando ela chega.

A Própria Sorte

Estranhei a indiferença da Ordem dos Advogados do Brasil quanto ao linchamento moral a que foi submetido o advogado de defesa do casal Nardoni. Foi tratado diariamente como judas na imprensa televisiva e pela turba sitiante do tribunal, que até o agrediu fisicamente. Para o fortalecimento das instituições, é necessário compreendermos que nem tudo é uma questão de platéia e marketing.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Ei, Coisinha! Quando Eu Mandar, Obedece...

O Partido da Imprensa Golpista, de alcunha PIG, outro dia decidiu escandalizar o governo Lula pelo fato do Brasil usar do direito de retaliar o protecionismo econômico norte-americano, quando devidamente autorizado pela Organização Mundial do Comércio (OMC), onde ambos os litigantes estão representados. Podemos dizer sem erro que não faltaram porcos, lobas e leitoas para rasgarem véus no altar global, invocando anátemas contra a audácia do Brasil, país que eles insistem em dizer que é de quinta categoria no cenário internacional, apesar dessas vozes e penas responsáveis por tamanha pouca-vergonha terem registro civil tão válido quanto o meu e o seu.
Daí que, por cautela, é com o elucidário da sabedoria popular que podemos entender a mudança de humor do jornal Estado de São Paulo, quando informa a chegada do vice- representante comercial dos EUA ao Brasil, para exatamente cumprir a missão de negociar e, portanto, salvar o que for possível, no contexto da já respaldada retaliação brasileira. Nesse contra-fluxo do jornal, quando substitui a não-notícia pela notícia, reconheço a máxima que norteia as relações de mando e subserviência desde que um homem inteligente ficou de pé e numa pedra viu a chance de submeter outros: manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Notas

A matéria tem acesso aqui.

Coisinha: No português do Pará alguém destituído de importância, ou quem o interlocutor sequer guardou o nome, e que é chamado por esse modo genérico. Felizmente está em desuso.

Drosophila melanogaster


Imagem: Jürgen Berger

“I heard a fly buzz when I died;
The stillness round my form
Was like the stillness in the air
Between the heaves of storm.”
Emily Dickinson

“Escutei uma mosca zunir quando eu morri;
A Quietude em minha forma
Era igual a quietude no ar
Entre as camadas da tempestade.”
(tradução livre do blogger)

Cheiro de fritura

O Diário do Pará diz, com todas as letras, que a Secretária de Educação será exonerada.

Na rádio oficial, noticiaram-se o dia todo os feitos da mesma Secretária no interior, abrindo eventos e visitando escolas no oeste do Pará.

Como se diz em linguagem futebolística, estaria a professora Socorro Coelho prestigiada?

O Pará na CIDH/OEA

Tramita pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (CIDH/OEA) o processo 12.277, relacionado à chacina da Fazenda Ubá, ocorrida em São João do Araguaia no ano de 1985, na qual oito trabalhadores rurais tiveram as casas queimadas e foram brutalmente assassinados por pistoleiros.

Há quatro anos a Justiça paraense condenou o fazendeiro José Edmundo Ortiz Vergolino, mandante dos crimes, a 152 anos de prisão em regime fechado.

No último dia 20, o caso também teve uma solução no campo dos Direitos Humanos. Com intermediação da Procuradoria Geral do Estado do Pará e da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, foi firmado acordo por meio do qual o Estado reconheceu sua responsabilidade pela morte dos trabalhadores.

O acordo previu ainda um pedido público de desculpas às famílias dos mortos pela violação a direitos assegurados na Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e na Convenção Americana sobre Direitos Humanos, a instalação de uma placa no assentamento existente na antiga Fazenda, a construção de um monumento em homenagem à luta pela posse da terra, a indenização por danos morais e materiais no valor de R$ 38.400,00 a cada representante das famílias das vítimas, a concessão de pensão de 1 salário mínimo e meio, a implantação de infocentro para uso do assentamento, entre outros benefícios e medidas de não repetição, a serem implementadas também pelo Estado Brasileiro.

É o primeiro acordo internacional fechado pelo Pará na CIDH/OEA. Um bálsamo às famílias atingidas pela tragédia e, espera-se, a sinalização de um futuro sem conflitos agrários no Estado.

Charque side III

Na sequência prometida das faixas do The Charque Side of the Moon (ou, na sacada do leitor André Batista, The Dark Charque of the Moon), seguem mais duas canções: a conhecidíssima Money e Us And Them. Trata-se, respectivamente, da 5a e 6a faixas do disco. A 3a e a 4a, Time e The Great Gig in the Sky, foram as duas primeiras apresentadas, no post inaugural desta série.

Em Money, um começo agitadíssimo e dançante, ao ritmo de carimbó e com toque das guitarras regionais, dá espaço para um interlúdio que prepara o final novamente contagiante da canção.

Em The Great Gig, uma das canções mais viajantes do álbum original, novamente o ritmo local invade a praia do Pink Floyd, misturando solos de sax com a batida do lundu.

E como sempre se diz por aqui, vamos em frente!



quinta-feira, 25 de março de 2010

Querida, encolhi o fusca!



Transitar no centro de Belém pode trazer surpresas e idéias cinematográficas.
Te cuida, Rick Moranis!

Bush Apronta no Haiti

Imagino que papai e mamãe tenham dado educação a esse rapaz. Mas parece que pouco ele aprendeu. A limpadinha de mão na camisa de Clinton logo após cumprimentar um haitiano, dá a dimensão nanica do "estadista" George W. Bush Junior.

Vá ao teatro

Prafraseando as camisetas que faziam sucesso no Rio de Janeiro na década de 80, repasso o convite que o teatrólogo Edyr Augusto Proença fez em seu nada fuleiro blog:

Gostaria de convidar a todos os leitores deste blog fuleiro, a assistir no domingo, onze da manhã, no Teatro Cuíra, a peça infantil A Cidade do Circo, com Sueli Brito e Bárbara Gibson, dirigidas por Zê Charone. A peça já havia sido montada há pouco mais de quatro anos atrás. Naquela montagem, contava com músicas de Nilson Chaves e algumas imagens projetadas em tela. Agora, na estréia de Zê Charone na direção, o palco está limpo e o trabalho é de texto dos atores.

Confesso ter muita dificuldade em escrever para crianças. Tenho mêdo, sinto o peso da responsabilidade. Levo muito a sério. Enfim, está lá e é bem divertido.

No entanto, o que mais tem me deixado contente, feliz, pra lá de feliz, é perceber a reação da platéia. As crianças sempre reagiram e interagiram com as peças infantis. No entanto, creio que em uma época na qual elas interagem direto nos video games, a idéia de travar relação, quebrar a chamada "quarta parede", é muito mais ampla, diria. Elas conversam, dão opinião, informam, sobem ao palco, querem participar da trama, chegar ao resultado final, o que faz com que as atrizes se desdobrem em improviso e inteligência para, no momento certo, voltar ao texto para conduzir o espetáculo, evitando o caos. Um exercício maravilhoso. Fica o convite.

Faltou somente ao Edyr informar o preço do ingresso e a recomendação etária.

De todo modo, e contrariamente ao que diziam as camisetas, reforço o convite! É domingo, às 11 da manhã, no Teatro Cuíra (Riachuelo com Primeiro de Março, a poucos metros da Praça da República, a famosa Replin).

________________________
Atualizado às 12:36hs de 26/03/2010.

O autor da peça, o estimado Edyr Augusto, responde às perguntas do post na caixinha de comentários. A quem se interessar, sugiro que passe lá. Obrigado, Edyr.

Charque Side II

Como dito na caixinha de comentários do post Charque side, passarei a postar, dia a dia, duas faixas do The Charque Side of the Moon, da dupla inusitada La Pupuña/Pink Floyd.

Seguindo agora a sequência do disco, ouçam Speak To Me/Breathe e On The Run. Na primeira, é evidente a mescla do progressivo com uma levada de guitarrada que honra as tradições dos Mestres Vieira e Curica, águas das quais bebeu o paraense de maior sucesso do momento, o músico Chimbinha, dono da Banda Calypso.

Em On The Run, a fusão é com uma batida beat-iú, explorada pelo paraense Marco André no trabalho de mesmo nome. Se você já passou em frente a (ou mesmo já frequentou) alguma festa de interior, destas onde tocam caixas imensas de som, reconhecerá a batida eletrônica.

Som na caixa, maestro!



Transforme seu iPhone em um controle remoto universal

Imagem: Engadget
Pessoalmente, confesso que não me agradam muito estes tipos de acessórios, que uma vez conectados na porta de sincronismo/carregamento de seu iPhone, o transformam em sabe-lá-Deus-o-quê. Afinal de contas, não podemos perder de vista que o gadget é um telefone móvel. E todo telefone móvel, precisa estar com a bateria carregadinha, para ser utilizado muitas vezes, em momentos de extrema necessidade. Se começarmos a botar nosso smartphone para atuar em sua plena funcionalidade, logo veremos a bateria ir para o espaço. Talvez isto seja mais uma daquelas tecno-neuroses que vamos incorporando ao longo dos tempos, na medida em que novos produtos vão sendo inventados.
Porém, há gosto para tudo. Que tal então conhecer o Ré IR Dongle, da Kinetix? Com ele acoplado ao seu iPhone/iPod Touch, mais o aplicativo disponível na iTunes Store, você ganhará um controle remoto universal touch screen. O aplicativo é grátis (tinha graça se cobrassem alguma coisa). Mas o acessório, sai por 70 dólares sem impostos inclusos.
[Via Engadget]

Dance

Uma singela homenagem ao nosso querido editor-chefe, Carlos Barretto, que está prestes a embarcar para o Planalto Central, a fim de viver o seu walkabout.



O que a imagem mostra são robozinhos criados pelo Laboratório de Comunicação e Robótica Japonês. Com 30 cm de altura e 2 quilos, a parte central é preparada para receber o iPod Touch - um produto da Apple e, portanto, venerado por nosso amigo -, que funciona como uma espécie de coração.
Infelizmente, não há nenhuma decisão, por enquanto, sobre a viabilidade de comercializar o produto. Se o colocarem à venda, vou propor aos demais flanares a aquisição do mimo para o nosso amigo.
Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/1,,EMI128481-17770,00.html

quarta-feira, 24 de março de 2010

Tarde impecável de verão amazônico

Poucas e belas nuvens...
...com céu intensamente azul...
E do outro lado, a luz pinta e borda.
Belém teve um entardecer dos mais belos agora há pouco. Aproveitando um minuto de sossego, registrei estas imagens dos bairros do Marco e Terra Firme. Observem como em uma delas, a luz pega de través os prédios e pinta um quadro. Como sempre acontece nestas horas, as cores são mais vibrantes.
Todas as imagens, foram feitas com aquela "camerazinha" do iPhone.

Charque side


Há uns três anos, ouvi falar de um projeto do pessoal da banda paraense La Pupuña, que pretendia regravar o histórico álbum The Dark Side of the Moon, dos ingleses do Pink Floyd, mesclado com ritmos regionais. O nome bem humorado do novo disco seria The CHARQUE Side of the Moon - isto mesmo: charque, a nossa popularíssima carne seca, que em terras paraoaras denomina também, de modo chulo, a genitália feminina.

Fiquei louco para ouvir o som, mas passado um tempo, esqueci do assunto. Parecia que a tarefa era praticamente impossível. Havia a necessidade de um contato com os donos dos direitos autorais, para autorização da gravação. Sendo o Pink Floyd uma banda de renome mundial e tendo vivido seus componentes às turras, durante anos, pelo uso do nome da banda, após o vocalista Roger Waters ter-se separado do restante do grupo, achei que nossos conterrâneos nunca conseguiriam o intento.

Em várias visitas por lojas de CDs e sites paraenses, volta e meia ainda procurava algum sinal. Entretanto, nunca mais tinha sabido da empreitada, até que neste último fim de semana, passeando por blogs da terra, descobri que não só o La Pupuña tinha conseguido a autorização para gravar as canções, como tinha encerrado o projeto e lançado o Charque. Melhor ainda: a gravação estava disponível in integrum na internet, de grátis!

Com a capa acima e a mistura impagável de rock progressivo com technomelody, carimbó, siriá, lundu e outros ritmos locais, o La Pupuña fez bonito. Ouçam, abaixo, a regravação de Time, com direito a Vós Sois o Lírio Mimoso, e de The Great Gig in the Sky, com craqueados vocais de cantoras de technobrega.