domingo, 30 de novembro de 2008

Orçamento impositivo já!

Um dos males do Brasil é uma peça produzida todos os anos no Planalto Central e atende pelo nome de Orçamento Geral da União.

Mal porque ela é fragorosamente desreispeitada pelo dirigente da hora.

O executivo após vê-la aprovada cuida de fazer "gato & sapato" com a peça, transformando-a, não raro, num monstrengo horrendo.

Mas eis que o governo, via Ministério do Planejamento, acaba de implantar um sistema para administrar os repasses de recursos a estados, municípios e ONGs.

Ótimo se a transparência não fosse inimiga figadal de certos setores políticos que representam muito mais que o atraso.

Como a ferramenta pretende diminuir manobra com o dinheiro público a chiadeira anda solta na Esplanada dos Ministérios.

A pasta do Planejamento colocou no ar o Portal dos Convênios (www.convenios.gov.br) para administrar, via internet, os bilhões de reais transferidos pelo governo a estados, municípios e organizações não-governamentais (ONGs) por meio de convênios e contratos de repasse.

Incumbido de monitorar o dinheiro, do desembolso à prestação de contas, o sistema vem conquistando uma legião de opositores. Entre os insatisfeitos, há prefeitos, parlamentares e até ministros. E a fila é cada vez maior.

O portal pretende reduzir a margem de manobra com a verba federal destinada a obras, serviços ou aquisição de bens — um montante de R$ 35 bilhões somente em 2008. Instituído pelo Decreto nº 6.170/07, o sistema tira de prefeitos e ONGs a liberdade para manipulação de recursos, ao criar uma conta corrente específica para cada convênio em um banco oficial. Acabam os intermediários. Os ministérios pagam diretamente ao executor da obra ou serviço. Os técnicos do Planejamento esperam ainda inibir a ação de lobistas, por causa do cadastro único de fornecedores e de regras padronizadas.

Que tal?

Mercado Aquecido

Não é verdade que o Flanar alugará sala ao custo de 35 mil reais mensais em conhecido espaço cultural da cidade. Se pretendesse fazer essa despesa, daria preferência para localização na Avenida Paulista. Sairia mais em conta.

Marcou posição

O jornalista Mauro Bonna, em sua coluna de negócios do Diário do Pará, de hoje, escreveu que, segundo a revista Veja (olha a fonte de informação do rapaz...), a governadora Ana Júlia mandou à Polícia Militar "pegar leve" ao efetivar mandados de reintegração de posse, para não "arranhar sua imagem junto aos bichos-grilos que vêm para o Fórum Social Mundial".
Grosseiro e de péssimo gosto. Ao não fazer distinção de espécie alguma, o jornalista - talvez já acostumado demais a transitar pelos meios empresariais que bancam os elogios que escreve - tratou a todos os participantes do evento com menosprezo.
Segundo o Dicionário Houaiss, bicho-grilo é o "indivíduo que segue o estilo da contracultura (p.ex., no modo de agir e pensar, no vestuário)". Porém, como egresso da Universidade Federal do Pará, posso assegurar que não é nesse sentido que a palavra costuma ser empregada. O termo era usado em referência aos estudantes cabeludos, mal cuidados e em geral com aparência de quem não toma banho. Alguns cursos das ciências humanas eram tradicionalmente discriminados quanto a esse aspecto e havia uma presunção de bicho-grilagem contra seus acadêmicos.
Ignoro o real sentido da mensagem do jornalista, mas estou convencido de que foi ofensiva. Entendi que, para Bonna, assim como para muita gente dos círculos em que ele transita, o FSM é uma reunião de desocupados, de vagabundos, de rebeldes sem causa, que gostam de ser do contra e por isso criticam os grandes e visionários empresários e governos, que movimentam a riqueza do mundo. Penso que, como formador de opinião, ele deveria ao menos se informar melhor sobre o que o FSM é, antes de escrever suas mal traçadas linhas.
Detestável.

sábado, 29 de novembro de 2008

Beleza premiada


Imagem: Estadão

Esta bela menina de apenas 14 anos, natural de Parauapebas (PA), é dona de uma façanha.
Ganhou o SuperModels Brazil da Agência Ford.
Leia mais a respeito no Estadão e também no Orkut da rapariga.
Com todo o respeito!

Ajuda aos desabrigados

A Defesa Civil dispôs os dados de contas bancárias para quem deseja ajudar os desabrigados das enchentes de Santa Catarina. São elas:

Banco/SICOOB SC - 756 - Agência 1005, Conta Corrente 2008-7;
Caixa Econômica Federal - Agência 1877, operação 006, conta 80.000-8;
Banco do Brasil
– Agência 3582-3, Conta Corrente 80.000-7;
Besc – Agência 068-0, Conta Corrente 80.000-0;
Bradesco S/A - 237 Agência 0348-4, Conta Corrente 160.000-1;
Itaú S/A - 341, Agência 0289, Conta Corrência 69971-2;
SICREDI - 748, Agência 2603, Conta Corrente 3500-9;
SANTANDER - 033, Agência 1227, Conta Corrente 430000052.

Todas as contas estão no nome do Fundo Estadual de Defesa Civil. Para quem quiser fazer doações por transferência bancária, o CNPJ é o 04.426.883/0001-57.

Um Dia Sem Futuro

Na miserável Mumbai, encerrou-se mais um parágrafo do fundamentalismo islâmico. Entre as 195 vítimas a maioria são civis. Há quem defenda esse tipo de crime como forma de afirmação de uma nacionalidade ou de resistência e, então, desfiam uma série de argumentações que a mim provocam repulsa, nojo. Atos como esses em nada se diferenciam dos massacres de May Lai (Vietnã), de Chabra e Chatila (Israel) ou do famigerado ataque à Nova Iorque (Grande Islã). Todos são frutos da intolerância religiosa e do ódio político, todos são vítimas da profunda exclusão social que o mundo vive, capaz de tornar vítimas em bestas-feras. Para mim, os que usam a palavra como ordens vazias de sentido humanitário real, os que defendem atos dessa natureza à direita e à esquerda, nada mais são que soldados a serviço do ódio, independente de qual trincheira lutem. Seus êmulos na blogosfera empulham com o teclado, enquanto nas letras fustigam com a caneta. E de sangue encharcam a terra como Judas um dia traiu por trinta dinheiros.

Seleção especial

Arte: Dgeison




Resposta do tempo ao desassossego.

Na linha tem pista. Ouçam e que todos tenham um sábado abençoado.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Ainda dá tempo

Sem moda, nem lero-lero. Vamos direto ao assunto.

Paulo Martins está disputando por mérito próprio, a indicação na categoria de gastronomia em concurso promovido pela Revista Quem, o título de melhor chef de cozinha do Brasil.

Penso que poder votar nos meus conterrâneos que são destaques em suas atividades é bárbaro! Democrático, sobretudo.

Soube da quizumba aqui.

--Ei gente! Sabe aquele gosto de minha gente, nosso talento!?

Não perde tempo, o prazo final é hoje. Vote logo clicando nessa frase: Lá em Casa.

"Quelo" este aqui "pá mim"


Mini Cooper Cabrio 2009 (Imagem: UOL)

Não é pedir muito?
Mas se um dia, grana me sobrasse, é o carro que gostaria de ter.
Leia mais sobre o novo lançamento aqui.

A próxima vítima

A vítima da última traquinagem de Daniel Dantas é a juíza fluminense Marcia Cunha Silva Araújo de Carvalho, como informa a edição on line do Estado de São Paulo.

Dra. Márcia deve botar as barbas de molho: logo, logo, é possível que surja um ministro do Supremo Tribunal Federal na Veja reclamando de ter sido grampeado a mando da magistrada.

Protesto da comunidade de tecnologia

Recebi esta semana o manifesto abaixo, subscrito pelo Sindicato dos Empregados em Tecnologias da Informação no Pará e Amapá. O texto é longo, mas sua leitura vale a pena. O assunto rende muito pano para manga aos interessados em tecnologia e software livre:

Governadora do Pará e Microsoft Firmam Pacto Contra Governo Federal

A governadora do Estado do Pará Ana Júlia anunciará neste dia 25 de novembro de 2008, as 15h00
em seu palácio dos despachos, assinatura do protocolo de intenções, que será celebrado entre o Governo do Pará e a Microsoft informática LTDA, que passará a fornecer, gratuitamente, o serviço de e-mail para usuários do Programa NAVEGAPARÁ.
A comunidade de Tecnologia poderia se sentir perplexa com o “estrondoso” anuncio, mas faltando pouco mais de 30 dias para completar dois anos de governo, os resultados são pífios em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Para nós não foi surpresa mais um equivoco.
A Microsoft e o governo do Estado do Pará deveriam no mínimo explicitar dentro da liberdade e transparência pública do que se trata o referido protocolo de intenções, haja vista que até o presente momento as bases desta empreitada não são conhecidas. Mas a julgar pela negociata da Microsoft com os governos de São Paulo e Bahia, pode-se inferir que em nosso estado as bases do pacto não são diferentes.
O programa NAVEGAPARÁ é parte do projeto nacional de infovia do governo federal, tendo sua gestão partilhada pela Secretaria de Estado, Desenvolvimento e Tecnologia e a Empresa de Tecnologia do Estado (Prodepa). Toda a consecução do NAVEGAPARÁ está provida de recursos públicos.
Vale a pena questionar se alguns fatos políticos e econômicos em relação a Microsoft foram
observados pela governadora e de quem lhe assessorou neste pacto:
- A Lei nº 8.884/1994, denominada Lei Antitruste, foi criada para regulamentar as atividades
econômicas, respaldando-se nos princípios da liberdade de iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade, defesa dos consumidores e repressão ao abuso do poder econômico.
- Ou seja, o objetivo da Lei Antitruste é afastar monopólios e abusos do poder econômico, pois estes são práticas nocivas à sociedade, mesmo que haja tentativa de burlar a lei através do falso discurso da gratuidade com uma multinacional.
- O Princípio da livre concorrência tem como prioridade a tutela do bem estar da coletividade,
constituindo-se em fator determinante para aferir o grau de risco de afronta aos princípios citados na introdução do tópico acima. A Administração Pública tem o dever de intervier nos negócios que envolvam grandes empresas, notadamente quando se trata de monopólios, prezando sempre pelo bem estar da coletividade.
A Microsoft é grande produtora de software no mundo, detentora e defensora de um monopólio reprimido em setembro de 2007 pela Corte de Primeira Instância da União Européia que a ela imputou multa superior a um bilhão de dólares americanos, ao confirmar decisão da Comissão Européia, de 2004, segundo a qual a referida empresa abusou de seu poder de mercado para enfraquecer seus competidores, com práticas predatórias, a exemplo de embutir novas aplicações no sistema operacional Windows de uma forma prejudicial ao poder de escolha dos usuários, e de recusar-se a prestar informações aos desenvolvedores de aplicativos para escritórios, objetivando que seus programas possam funcionar normalmente com o sistema operacional por ela produzido.
Embora a Microsoft haja declarado que cumpriria a decisão, isso não aconteceu. Ao contrário, em fevereiro deste ano de 2008, a Comissão Européia multou a Microsoft em mais 1,35 bilhão de dólares americanos, por não respeitar a decisão antitruste.
As práticas adotadas no mundo todo pela Microsoft são as mesmas, e não encontram guarida na legislação brasileira, que reprime e desaprova tais condutas. A prática predatória da Microsoft configura infração da ordem econômica tipificada no art. 20 da Lei nº 8.884/1994, potencialmente violadora do bem estar da coletividade e da paz social, agredindo o princípio da promoção do bem estar de todos.
Tal prática escraviza o cidadão e o consumidor, que torna-se refém do predador, sem chance de escolher outros produtos, violando os princípios republicanos de liberdade, justiça e solidariedade.
Nenhum Estado da Federação ou Órgão Público pode apoiar tais práticas ilícitas, pois tal atitude consistiria em violação também ao princípio da legalidade.
Neste sentido, é muito estranho que a governadora ressuscite o espólio do ex-monopólio
internacional se igualando ao governo tucano de Serra no Estado de São Paulo, que recentemente adotou este mesmo protocolo com a Microsoft, onde a “expectativa é de fornecimento de 5.5 milhões de contas (Folha de São Paulo: 14/10/2008)” numa tentativa de fidelizar o governo e amarrá-lo na estratégia de controle da rede mundial de computadores.
Além disso, o equivoco da governadora do Estado e seus assessores corrobora com o projeto do senador tucano Eduardo Azeredo em controlar a rede mundial com um projeto dissimulado de crimes na internet, onde o principal interessado é justamente a Microsoft. Este sórdido projeto vem sendo questionado intransigentemente pelo Partido dos Trabalhadores e por setores da sociedade civil.
Cabe indagar a governadora quantas contas de hotmail/MSN a Microsoft disporá para os usuários do NAVEGAPARÁ? Se a governadora está consciente em doar acesso dos cidadãos gratuitamente para uma empresa privada? Aliás, senhora governadora, quem são os usuários do NAVEGAPARÁ?
Se a governadora foi informada pelos seus assessores do NAVEGAPARÁ que empresas privadas como a Microsoft vivem de acessos, anúncios e links patrocinados.
E por último senhora governadora, o que restará do processo de desenvolvimento da ferramenta de colaboração, Expresso-pa, utilizada para correio eletrônico?
Finalizando, a comunidade de tecnologia reprova esta empreitada por não ser transparente, por remar contra a liberdade, por ser contra os princípios de transparência do que defende o Partido dos Trabalhadores no serviço público, por ser uma política nefasta ao que o governo federal vem oportunizando na adoção de tecnologias abertas no setor público, além disso, fere os princípios do próprio Decreto nº 144 de 25/04/2007 (Comissão de Sistemas de Informação e Telecomunicações do Estado -COSIT).
A própria governadora do Estado precisa solicitar que seus assessores reconfigurem sua fala no site do NAVEGAPARÁ (http://www.navegapara.pa.gov.br): “Um povo não pode ser livre sem acesso a informação e à educação. É isto que estamos fazendo com o NAVEGAPARÁ: possibilitando o acesso a informação e a educação. Por isso, mais do que um projeto de inclusão digital, este é um programa de inclusão social”. Que traição governadora!!!.
Sendo assim, a Assembléia Legislativa precisa debater o oportunismo deste protocolo de intenções em audiência pública, cabe ao Ministério Público se posicionar sobre o privilégio de uma única empresa privada controlar o acesso informacional no setor público, cabe ao CADE se manifestar sobre a tentativa de monopólio disfarçado da Microsoft.

SEGWAY: prazeroso, mas ainda muito caro


O poster, (meio amarrado) no Segway (Julho 2008).

A foto mostra o poster fazendo um test drive no fantástico Segway, nas férias de julho nos EUA.
A experiência - aberta a todos os visitantes do Epcot Center - foi absolutamente prazerosa O veículo é esperto, inteligente e fazendo o test drive, você pode entender porque o usuário não cai quando sobe no veículo. Na base, junto às rodas, um pequeno computador conectado a sensores nos calcanhares do usuário, compensa o desequilíbrio inerente ao aparente desenho "feito para cair" ao mesmo tempo em que obedece as ordens de ir em frente, dobrar a direita/esquerda e parar, transmitidos pelos calcanhares e pela inclinação do corpo.
Já existem modelos avançados que superam os mais variados obstáculos.
No Epcot, após assistir uma rápida explanação sobre o funcionamento do produto e assinar um documento responsabilizando-se por qualquer acidente decorrente de uma empolgação maior, todos podem experimentar. Óbvio que o poster não perdeu a oportunidade. Mesmo tendo que assistir o vídeo e a interminável palestra (15 minutos) a respeito de seu funcionamento.
E a coisa vicia mesmo. Tem gente que foi surpreendida indo ao banheiro com seu Segway.


Steve Wozniak, em momento íntimo com seu Segway.

Nos EUA o veículo mais básico é vendido por 5000 dólares, sem impostos.
No Brasil, a Segway já possui representação local e podemos encontrar modelos para pronta entrega.
Os preços? Nem queiram saber. Analisando pelo Mercado Livre, encontramos modelos para pronta entrega com preços variando de R$ 27.500 a 29.900!!!
Quase um carro popular.

Melhores blogs

Sabe qual é o melhor blog do mundo? E o melhor em Língua Portuguesa?
Saiba clicando aqui, para conhecer os resultados da quinta edição do The Bobs, prêmio concedido pela rede de TV alemão Deustche Welle.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

VIDA EM LUA DE SATURNO?


Dentre os objetivos das longas viagens de uma sonda espacial, a busca pela água, especialmente no estado líquido, tem sido sempre priorizada.
Ocasionalmente temos tido esboços de evidência da eventual presença de gelo ou de vapor d'água em planetas e satélites.
Nesta semana, no entanto, uma importante publicação foi feita na revista Nature, a qual talvez tenha tido pouca repercussão na mídia, perdida que ficou no meio de crises terrenas e atentados terroristas.
Em Encélado, lua de Saturno de apenas 500 km de diâmetro, a sonda Cassini revelou a presença de quatro jatos supersônicos de vapor d'água dentro de um gèiser localizado próximo ao pólo sul do referido satélite. Como a temperatura da superfície é estimada em 200 graus Celsius negativos, a cientista Candice Hansen (do Caltech, Instituto de Tecnologia da Califórnia) defende um modelo que postula a existência de canais de água líquida, que brotariam na superfície como esguichos.
A suposta presença do gás metano no géiser nos faz deduzir que a existência de compostos orgânicos simples é perfeitamente possível. Em outras e diretas palavras, pode haver vida sob o solo de Encélado.
Será?
Somente sondas espaciais mais modernas poderão nos dar a resposta, no futuro.

Défict nominal zero

Em jornalismo fatos são fatos e contra eles só robustos argumentos para desfazer o que são: a verdade.

Em plena crise financeira internacional, economias gigantescas como a dos Estados Unidos, do Bloco Europeu e Asiático, praticamente derreteram e dão claros sinais de recessão -- longa e penosa -- para seus habitantes.

Enquanto lá a situação é de socorro em atuação inédita e conjunta dos bancos centrais desses países para salvar da bancarrota o sistema financeiro doméstico e por tabela mundial, uma notícia divulgada hoje vai repercutir no Globo. O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou nesta quinta-feira,27 que, apesar da crise, o Brasil deve chegar em 2010 com déficit nominal zero. "É um objetivo perfeitamente factível. As contas brasileiras apresentam solidez que nos ajuda a atravessar essa fase de turbulência com mais tranqüilidade", avaliou o secretário.

O déficit nominal é igual a zero se a arrecadação do governo é igual às suas despesas, incluídos os gastos com o pagamento de juros da dívida pública.

O relator da área de infra-estrutura do Orçamento da União para 2009, deputado Carlito Merss (PT-SC), comemorou os números: "Demonstram que a economia do País tem estabilidade." Para o deputado, a robustez da economia é resultado do rigor fiscal praticado nos quase cinco anos do Governo Lula e, anteriormente, na gestão de Fernando Henrique Cardoso, desde quando "se decidiu republicanamente que teríamos responsabilidade fiscal".

Com esses números Lula passa desde já a montar com todo o cuidado a estratégia para emplacar seu braço direito à sua sucessão: a "Dama de Ferro" Dilma Roussef, sua Chefe da Casa Civil.

Enquanto isso o déficit público dos Estados Unidos se ampliará para o recorde de aproximadamente US$ 490 bilhões no ano que vem, disse um alto funcionário do governo norte-americano. O diferencial deixará um grande buraco orçamentário para o próximo presidente.

Tem iPhone pra você aqui



Tá encontrando dificuldade para comprar seu iPhone 3G em Belém? A loja da Claro ainda tem em seus estoques. A VIVO Belém, se o tiver em estoque, só vende para clientes "especiais". Mas talvez você consiga driblar isso encomendando aqui ou aqui. Mas preste bem atenção! Ele chega até você "fechado" com a operadora VIVO. Apenas VIVO!
Para pronta entrega em até 12 x sem juros o iPhone 3G de 16 gbytes branco chega na sua casa por R$ 2199,00. Depois é pegar o telefone, ir até a loja da Vivo e habilitar o produto comprando um SIM Chip e fazendo o plano que achar conveniente.

[Via Blog MacMagazine]

Blackberry Storm não empolga especialistas



Aviso aos amantes de Blackberry. O recém lançado (nos EUA, U$ 250) modelo Storm, não vem empolgando os especialistas. Segundo o blog MacMagazine, de Walt Mossberg (Wall Street Journal) a David Pogue (The New York Times), é só peia!
Mas se quiser saber mais, leia este review do Engadget.

Made in China

Primeiro você vê isso.



Neste ponto, as coisas até vão indo bem. Afinal, o design nem é tão ruim e tem até câmera de 3 megapixels (acredite: de lá vem coisas bem piores). Mas em seguida, você abre o flip (????) e vai ver isso:



Uau! Até os ícones são RIGOROSAMENTE iguais aos do iPhone. Mas daí em diante, vem o "grand finale". Ao atender sua primeira ligação, você vai ver isso:



Hehe. Gostaram? E funciona mesmo de verdade!
Conheçam então o novo fake made in China.

[Via Engadget]

Oráculo Digital

Se quereis saber onde os pobres são mais pobres, olhai aqui.

Uma das mulheres da minha vida



Com o avanço das técnicas de registro do funcionamento cerebral, especificamente através da Ressonância Magnética Funcional (Functional-MRI), as nossas emoções e os nossos anteriormente secretíssimos pensamentos começam a ser devassados, ainda que de forma rudimentar.

As áreas do córtex e do sub-córtex evocadas por palavras, imagens ou emoções já encontram-se mapeadas, num esboço semelhante aos mapas do século XVI.

É de se imaginar que, em algumas (poucas) décadas, a fisiologia das emoções esteja dominada, e que a nossa última reserva de informação confidencial, ou seja, de quem (e/ou do que) nós gostamos (ou não), possa ser revelada em milisegundos.

Espero que eu pereça antes destes momentos terríveis da aniquilação da liberdade do pensar, mesmo porque a minha esposa, filha, avó e mãe não suportariam a idéia de que algumas poetas ocupam enorme espaço nos meus neurônios relacionados à afetividade.

É algo que eu não posso evitar! Emily Dickinson, Gabriela Mistral, Florbela Espanca, Cecília Meireles... elas estão todas lá, prontas para o "Mapeamento Cerebral Emocional Holodimensional" (nome inventado neste segundo).

Quem gosta e lê poesia, sabe exatamente o que tento dizer: quem pode lê-las, sem querer amá-las; quem pode amá-las, sem morrer de amor (adaptação livre de "Formosa", de Maciel Monteiro).

Compartilho com vocês um pedacinho de Emily Dikinson, um dos amores da minha vida!


"I see thee better - in Dark -
I do not need a Light -
The love of Thee - a Prism be -
Excelling Violet -

I see thee better for the Years
That hunch themselves between -
The Miner's lamp - sufficient be -
To nullify the Mine -

And in the Grave - I see Thee best -
Its little Panels be
Aglow - All ruddy - with the Light
I held so high, for Thee -

What need of Day -
To Those whose Dark - hath so - surpassing Sun -
It deem it be - continually -
At the Meridian?"

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Por onde anda?

Sempre havia, nos programas esportivos de antanhos, um quadro denominado "por onde anda?". Prestava-se a não deixar morrer, na memória do torcedor, a lembrança de grandes nomes do futebol.

Bem que a Polícia Federal poderia, seguindo o exemplo das mesas-redondas, postar na internet um quadro com o mesmo mote. Poderia inaugurá-lo, inclusive, com os dados do primeiro amigo do município, Paulo Castelo Branco.

Saideira

A médica paraense Suzanne Jerruya deixa o Ministério da Saúde. Detalhes logo mais no blogue Vôo de Galinha.

Terra de Que Mesmo?

Com o assassinato de um pequeno empresário no aterro sanitário de Ananindeua, o público tem conhecimento de mafiosos cobrando pedágio no local, atividade que é organizada e comandada de dentro de presídio estadual. Os detalhes do crime denunciam o vergonhoso grau de insegurança na região metropolitana, exposta às escâncaras na sala da situação do jornalismo policial. E para quem quer ver, a inoperância da repressão à criminalidade.

Urna eletrônica: CJK mata a cobra

Caro confrade da blogosfera que passou um tempo ausente, estudando, e retornou com a corda toda, CJK postou ontem um texto, com sua singular verve, sobre a insegurança tecnicamente comprovada da urna eletrônica e os possíveis motivos para que a Justiça Eleitoral goste tanto dela. Imperdível.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Crime e castigo

Do blog Página Crítica:

O dia do caçador

Quem disse que o Brasil é o país da impunidade? A Operação Satiagraha já tem seu primeiro punido: o delegado Protógenes Queiroz acaba de ser afastado da Divisão de Inteligência da Polícia Federal. Ao retornar de um curso de especialização, o policial que coordenou as investigações que levaram à prisão - curta, mas dolorosa - do especulador Daniel Dantas, soube que estava à disposição do setor de recursos humanos. Na geladeira, isto sim, enquanto está no forno, em fogo alto, o golpe de misericórdia contra quem imaginou ser possível colocar banqueiro salafrário na cadeia.


Pois é. Aquilo que já se desenhava, e que muitos vaticinavam, aconteceu: o criminoso passou a ser o delegado.

Ainda falta o juiz federal Fausto De Sanctis. O país, agora, fixa os olhos no CNJ, que na semana passada preferiu não apreciar pedido de abertura de processo administrativo disciplinar contra o juiz, proveniente de uma representação do deputado Raul Holofote Jungmann. Na próxima semana, com a volta do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, ao plenário do Conselho, ocorrerá uma nova batalha desta guerra, que interessa a todos nós.

Meninas, cheguei!


Imagem: Gizmodo

Olha só que beleza!
Pois este é o novíssimo HTC G1, com Google Android na cor branca.
E custa os mesmos 180 dólares do G1 preto.
Mas por enquanto, só nos EUA.

Via Gizmodo

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Enquanto isso...



Certas coisas, definitivamente me cansam.

Tributo a Freddie Mercury


No clipe, o Queen interpreta Save Me.

Hoje, completam-se 17 anos da morte de Freddie Mercury, um dos artistas mais carismáticos da história do rock'n'roll.

Paz à sua alma, sempre.

De volta ao século XV

Imagem: GoogleEarth

Desde meados do século XIX que a navegação da Europa à Ásia se faz pelo Canal de Suez, deixando de lado a rota aberta no século XV por Bartolomeu Dias.

Por conta da pirataria na região, porém, alguns voltam a falar no caminho que passa pelo Cabo da Boa Esperança. Pode ser mais bonito, mas é infinitamente mais longo e, por isso mais caro, o que repercutirá seriamente na economia dos continentes e no comércio mundial.

Reitoria responde mais uma vez a O Liberal

O Reitor da UFPa, Alex Fiúza de Mello, acaba de divulgar Nota Oficial respondendo a notinha safada publicada no Repórter 70.

NOTA OFICIAL DO REITOR À COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA

Mais uma vez, como tantas no passado e mais recentemente nas últimas semanas, o Jornal O Liberal tem divulgado notas contra o atual Reitor da UFPA absolutamente infundadas, desprovidas do mínimo critério de seriedade e de ética. Foi o caso, por exemplo, da nota caluniosa referente a um suposto favorecimento na seleção de candidatos ao Mestrado em Ciência Política da UFPA (Repórter 70, edição de 18/11/08) ou de outra nota sobre uma exoneração fictícia de um jornalista que estaria coordenando (o que não é verdade) a campanha da chapa da atual vice-reitora (Repórter 70, edição de 23/11/08). Portanto, o jornal se isenta de valores que deveriam alicerçar, como fundamento inegociável, todo jornalismo pretensamente profissional e de qualidade, que tenha por escopo o respeito da população, pela transparência da informação e da notícia, e não o temor dos leitores, pela opacidade da ameaça e da chantagem.

Diretamente interessado nos resultados eleitorais da UFPA, por vínculos sobejamente conhecidos e motivações suspeitas, o citado veículo de comunicação novamente não mede conseqüências em mentir e caluniar despudoradamente, veiculando inverdades com incomparável desfaçatez, num desrespeito não tanto à pessoa física do reitor e de seus colaboradores, mas à própria instituição universitária e à sua autonomia constitucional, matéria que, por desvio de caráter, parece definitivamente desconhecer e menosprezar.

O mínimo que se espera de um jornalismo de respeito é a fundamentação da notícia e o lastro, testado, da informação. Não é o caso. Há muito, infelizmente, O Liberal se afastou desse caminho e, não por menos, segue, notoriamente, um destino tortuoso e descendente. Pela mentira, macula o instituto democrático da liberdade de imprensa; pela irresponsabilidade, vilipendia os princípios mais nobres da cidadania e da república.

Ao que tudo indica, pela repetição sistemática das maledicências – desde que o processo eleitoral na UFPA foi deflagrado –, não será surpresa se, nos próximos dias, com o objetivo de iludir e confundir os seus leitores mais desavisados, novas investidas imorais contra a verdade dos fatos e a honra das pessoas envolvidas na campanha à reitoria ganharem destaque nas páginas fraudulentas desse jornal, já devidamente avaliado pelo IVC, numa reedição das velhas e obscurantistas táticas totalitárias e terroristas do passado, de sobrevivência obsoleta, revestida de mediocridade.

A disputa à reitoria de uma universidade pública exige, de seus pleiteantes, magnanimidade de espírito e retidão de propósitos. A utilização criminosa de veículos de comunicação para a disseminação da farsa apenas atesta a falta de estatura moral e política de seus arautos. A universidade, como instituição, é maior do que seus membros. Por isso deve ser respeitada e honrada, acima de tudo, pelos aspirantes à sua direção. Educação superior exige, de seus representantes, coerência de postura e referência ética. Não há magnificência possível fora dessa moldura.


Belém, 24 de novembro de 2008


Alex Fiúza de Mello
Reitor

Saiba quem tem interesses na UFPa

De longa data, claramente hostil ao atual Reitor da UFPa, Alex Bolonha Fiúza de Mello, (desde que o magnífico Reitor, em um ato digno de solidariedade apoiou publicamente o jornalista Lúcio Flávio Pinto, em episódio de amplo conhecimento de todos), a coluna Repórter 70 resolveu hoje, mostrar a quem apóia na campanha para a Reitoria da UFPa e de quebra, atacar nosso companheiro de blog Juvêncio de Arruda.

Coordenador da campanha de Regina Feio à Reitoria da UFPA, o blogueiro Juvêncio Arruda foi afastado do cargo por decisão do atual reitor Alex Fiúza de Melo.
Na avaliação da campanha, o reitor entendeu que as balas usadas por Juvêncio na campanha eram de festim. Se é para atrapalhar, melhor Juvêncio ficar em casa, de onde nunca saiu para trabalhar.


A ele, nossa integral solidariedade. E que o episódio, sirva de maneira ímpar, para que a academia reflita serenamente, sobre quem tem arroubos de interferir de maneira torpe e rasteira, na escolha do futuro gestor da UFPa. O mínimo que gostaríamos de ouvir, é uma manifestação de repúdio de cada um dos candidatos, se no mínimo, desejam atuar com alguma dignidade no exercício do cargo que pleiteiam.
Convidamos nossos leitores a ler a íntegra da resposta de Juca ao "seventy", como ele mesmo alcunhou, no post Vícios de Origem.

domingo, 23 de novembro de 2008

Da Janela Lateral

















Neste domingo um beija-flor rabo de tesoura (Eupetomena macroura) descansou na ramagem de uma palmeira mulambo, bem diante de meu apartamento. A espécie é comum no cerrado e frequenta com intimidade o meio urbano. Entre os colibris é uma das mais territorialistas e agressivas.

Base jump do prédio mais alto do mundo



Um britânico e um francês fizeram uma loucura total. Pularam de pára-quedas daquele que será um dos prédios mais altos do mundo. O Burj Dubai, com 650 metros de altura (clique no link aí e visite o sítio oficial). Claro que fizeram tudo de maneira ilegal. Um deles, voltou ao Burj Dubai e pulou uma vez mais. Desta vez passou 3 meses na cadeia.
E eu que achava que fazer uma tirolesazinha do 4 andar do hospital em que trabalho, fosse grande coisa.
Veja o vídeo desta incrível façanha.

Via Gizmodo.

Alta capacidade chega aos "pen drives"



Que os chamados "pen drives" mostram uma infinita utilidade para os usuários de microinformática, ninguém duvida.
Mas chegar a antes impensável capacidade de 64 gigabytes, é um fenômeno.
E a Kingston chegou lá.

Via Blog MacMagazine.

QUE ENTRE O SANDMAN!!

Para quem está imerso em literatura "séria", e cujo inconsciente revela obscuros desejos de ler algo mais "light", precisamente naqueles minutos antes do sono dominar a vigília, a editora Pixel acaba de lançar o produto apropriado: uma nova edição de Sandman.

Confesso que o personagem-título da famosa criação de Neil Gaiman nunca havia me despertado significativo interesse, apesar de ser costumeiramente mencionado como um clássico dos quadrinhos, e de ser um enorme sucesso, tanto na Europa, quanto na América.

Porém, ao ouvir a música "Enter Sandman", do grupo Metallica, há poucos dias, resolvi adquirir o primeiro de uma coleção de 17 volumes, chamado Prelúdios & Noturnos.

A belíssima edição gráfica é apenas uma isca para conduzir o leitor a um mundo obscuro e encantado, de sonhos e pesadelos, o mundo do Senhor dos Sonhos. Gailman se utiliza generosamente de mitos modernos e do passado, agregando também personagens de outras séries (como Hellblazer, Swampthing e The Witching Hour).

Há muitas referências à cultura pop, a mitologias escandinava, persa, grega e romana, assim como à poesia e ao teatro.

A ação atemporal, flanando entre o limbo tênue da realidade e dos sonhos, me conquistou, definitivamente.

Tenho dormido com um verso de T. S. Eliot, de "A Terra Devastada", martelando meus neurônios, desde que o Sandman entrou por debaixo do meu mundo racional: "I will show you fear in a handul of dust".

Abram as comportas...

sábado, 22 de novembro de 2008

Eu só sei que foi assim

Arte: Dgeison



O sistema de publicação do Flanar não está sujeito as normas da DMCA.

Aproveitem e dancem muito!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

No stress!



Em tempos de estresse nada como dar umas boas gargalhadas e é essa a especialidade do manipulador de bonecos americano Jeff Dunham.

Achmed é um terrorista marionete nessa enquete sensacional, o resto só vendo o vídeo que já está legendado.

Divirtam-se!

Debate no HUJBB - Perguntas da platéia

Neste instante, já por volta de 12:15 h, o poster não pode mais permanecer no auditório. Mas anotou as questões que foram encaminhadas da platéia. A mesa resolveu, a pedido da coordenação de campanha da candidata Regina Feio (Paulo de Tarso), garantir 3 perguntas para cada candidato, totalizando 12 perguntas. Segundo a manifestação de Paulo de Tarso, era o que de fato
havia sido acordado. A mesa acatou e deu sequência:

Pergunta 1 (Marcos/PSTU) para Maneschy: Democratização deste HU. Eleição para Diretor.

Pergunta 2 para Maneschy: como o Sr. Pretende fazer o financiamento da educação, tendo em vista que os recursos para educação não aumentaram.

Pergunta 3 (Zé Miguel) para Regina: "A sra. Diz que esta gestão “concedeu” as 30 h. Mas nesta luta fui processado pela morte de uma criança na UTI, que no fim, estava mesmo em estado terminal. Quem me absolveu foi a comissão de inquérito da UFPa. Considerando isso pergunto se a Sra. vai mesmo implementar as 30 h para o conjunto do funcionalismo do HU?

Pergunta 4 (Rita Medeiros - Coordenadora Acadêmica do HUJBB) para Maneschy – O poster perdeu a fala da Dra. Rita

Pergunta 5 para Ana Tancredi: seus planos para o HUJBB?

Pergunta 6 (Cláudio/PSTU) para Ana Tancredi: Quanto a demissão dos trabalhadores da FADESP? A Sra. Pretende recuperar os salários destes trabalhadores? O que a sra. tem para a defesa do emprego destes trabalhadores FADESP?

Pergunta 7 para Regina Feio. Eleições diretas para diretor do HU?

Pergunta 8 para Regina Feio: A Sra. e Maneschy faziam parte da mesma equipe. O que aconteceu?

Pergunta 9 para Ricardo Ishak: porque o curso de medicina da UFPA ainda está entre os 2 piores do Brasil?

Pergunta 10 (Eduardo Leitão que apóia abertamente Edilson Maneschy) para Ricardo Ishak: no HU as pesquisas verticais profundas são muito poucas. Necessitamos de uma política que crie condições para o pesquisador. Como o Sr. pretende unir a pesquisa clínica e a pesquisa básica?

Pergunta 11 para Ana Tancredi: Os funcionários mal participam das decisões da reitoria da UFPa. Como a Sra. vai fazer este elo de ligação entre os funcionários dos HUs e a reitoria da UFPa?

Pergunta 12 Cileide (HUJBB/PSTU) para Ricardo Ishak: saúde ocupacional. Qual seu posicionamento a respeito da política de 30 h?

Neste instante, o poster teve que se retirar e ficou sem as respostas. Nossas desculpas a todos se não conseguimos transmitir todo o conteúdo do debate. A tentativa foi boa. Posso não ter conseguido dominar tudo, tendo em vista que anotava ao mesmo tempo que acompanhava o debate. Quem quiser pode dar a sua versão do debate.

Debate no HUJBB - Perguntas entre os candidatos

Após a restauração da ordem no ambiente, tem início o terceiro e penúltimo bloco do debate, onde os mesmos fazem perguntas livremente entre si.

Edilson Maneschy para Regina Feio: informando sobre o que chamou de "situação ruim dos HUs, o candidato formulou sua pergunta. "A atual gestão está há 8 anos no poder e a Sra., 6 anos. Depois de 8 anos, como é que a Sra. pensa que as pessoas acreditem que a Sra. poderá mudar a realidade?

Regina Feio: "Muita coisa foi feita e precisaria fazer". "Uma coisa é a estrutura física". E outra, segundo a candidata, seriam os investimentos que a atual gestão teria feito no HU. Passa em seguida a elencar as realizações da gestão atual no HUJBB. " O Barros Barreto é um dos 2 únicos hospitais certificados pelo Ministério da Saúde no Pará", "a contrução do centro de oncologia clínica, da unidade diagnóstica de meningite, da telemedicina, internet espalhada em todo o hospital, convênios com o governo do estado, etc".
Nota do poster: desta vez a candidata recebe vaias e aplausos.

Neste momento, o segundo momento tenso do debate. Na tréplica o candidato Edilson Maneschy tão somente afirma:

Edilson Maneschy: vou lhe dar mais tempo para que a Sra., possa continuar convencendo a platéia do assunto.
Regina Feio retruca: "é muito fácil falar isso quando não se tem proposta para melhorar o HU".

OBSERVAÇÃO DO POSTER: mesa mais uma vez perde o pulso do debate com muitas manifestações espontâneas na platéia.

Ricardo Ishak para Regina Feio: "Regina falou de prédios, prédios, prédios" - disse o candidato. Citando ter visitado um Centro de Atendimento Clínico em Oncologia (CACON) em pleno funcionamento no Acre, o candidato falou: "Fico pensando, porque o meu CACON ainda está em obras.

Regina Feio: "nosso CACON está em fase de conclusão. Não é fácil a captação de recursos. Houve um erro na gestão da prefeitura passada. Por isso, a administração da prefeitura foi mudada. Paulo Assumpção está à frente dele. Não se faz SUS sem interrelação e sem integração com a SESPA/SESMA".

Ricardo Ishak: se nós não fôssemos muito competentes, a UFPa já teria parado. Como a Sra. levou 6 anos para entender que o prefeito estava errado?

OBSERVAÇÃO DO POSTER: discurso oposicionista está em supremacia aparente junto a platéia.

Regina Feio para Edilson Maneschy: quanto custa manter o HUJBB?

Edilson Maneschy: "Parece que nem eu nem a Sra. sabemos pois a Sra. não respondeu em seu próprio discurso. A Sra. tem que saber! Os candidatos não tem obrigação de saber. Tenho propostas pra todas estas unidades da UFPa. A história não vai terminar com esta gestão, por que a UFPA é maior que qualquer um de nós".

Regina Feio: "não fiz esta pergunta no sentido de que o Sr. me dissesse exatamente o valor em números, mas que, sem exatamente dizer números dizer de onde vem estes recursos. Se falou muito em deterioração física no HU. E não é só a deterioração física que faz com que ele seja ruim. Além do mais, não levamos 6 anos pra mudar o prefeito. E esta pessoa atualmente, faz parte de sua equipe".

Ana Tancredi para Regina Feio: "administração é presença. É estabelecer prioridades no orçamento. Como é que a Sra. justifica o estado de abandono do hospital? Grande parte das pessoas não lhe conhecem".

Regina Feio: "devo ser a candidata mais competente por que todas as perguntas são pra mim. Pelo menos uma vez por mês estou aqui". Em seguida, virando-se para a candidata Ana Tancredi pergunta: "A sra conhece outros HUs"?

Ana Tancredi: "conheço o da UNICAMP"!

Regina Feio: "este é um hospital estadual, verbas estaduais. Eu estou falando FEDERAL".

Ana Tancredi: "não tenho viajado por que não estou ocupando nenhum cargo. Lá na UNICAMP eles atendem alunos, funcionários gratuitamente.(...)
As pessoas não lhe conhecem".(...)
"Prioridade é condições de trabalho neste HU".

Debate no HUJBB - Perguntas das entidades

ADUFPA, DCE e SINTUFPa estavam representados por membros de suas diretorias e fizeram perguntas, respondidas por todos os candidatos.

ADUFPa: manifestou preocupação sobre iniciativas privatizantes dos hospitais universitários(HUs) em curso em Brasília, já tendo sido objeto de discussão na ANDIFES. Gostariam de ouvir o posicionamento dos candidatos a respeito do assunto.

Todos os candidatos se manifestaram de alguma maneira contrários a iniciativas de privatização dos HUs.

Regina Feio afirmou que "na minha gestão a privatização não vai acontecer". Ressalva contudo que, "levando em consideração os custos de manutenção do HU e tendo em vista que o atual modelo de administração do hospital ter se mostrado inviável, compromete-se a um processo amplo de discussão de um novo modelo de gestão".

Ricardo Ishak opinou ser contrário a qualquer processo de privatização, de acordo com o Conselho de reitores e ANDIFES e que será o Reitor desta comunidade que o elege.

Edilson Maneschy diz que sua candidatura tem compromisso com o serviço público de qualidade em todas as dimensões. "Dentro deste princípio, nós precisamos garantir que todo o acesso a saúde seja pelo SUS. Toda mudança deve ser decidida por nós, qualquer que seja a posição da ANDIFES".

Ana Tancredi defende "dinheiro público para a coisa pública". E também diz ser "contra toda e qualquer iniciativa de privatização do serviço público, prometendo em seguida a construção de um restaurante universitário no HU.

DCE: No modelo de privatização, o controle social passa a outra entidade estranha. Como é que fica ensino, pesquisa e extensão neste novo modelo de controle social?

Ana Tancredi: "a universidade faz ensino, pesquisa e extensão. Eu nem imagino como seria ,se fosse feito pela iniciativa privada. Diz ela que em seu programa, "está claro abertura de concurso público para técnicos administrativos e docentes". Reforça que defende a abertura de creches para os filhos de funcionários da UFPa.

Edilson Maneschy: afirma que vai trabalhar para que os HUs sejam um espaço de integração de 2 políticas públicas: saúde e educação. Defende práticas e culturas de transparência e controle social. O que faria com que, na sua opinião "a comunidade possa saber de que forma o orçamento é executado".

Ricardo Ishak: "todos nós somos contra a privatização". Contudo ressalta que "ensino, pesquisa e extensão têm que ser feitos por quem sabe". A UFPA já tem exemplos concretos deste modelo. Defende enfim, qualidade e excelência em qualquer nível de ensino, pesquisa e extensão.

Regina Feio: dá ênfase especial de que o atual reitor Alex "votou contra a fundação estatal de direito privado", muito embora tenha feito a crítica ao modelo atual de gestão dos HUs.
Propõe a criação de um fórum da saúde integrando o HU ao sistema público de saúde. Afirmou em seguida que as políticas de ensino, pesquisa e extensão já estariam "muito bem articuladas. Precisam ser melhoradas". Mais uma vez defendeu a criação de um Centro de pesquisa clínica no HU.

SINTUFPa: manifestou preocupação com a política de saúde do trabalhador. Segundo eles, o processo de redimensionamento levado a efeito na atual gestão, "o critério da limitação física não seria aceitável por nenhum trabalhador". Perguntam então o seguinte aos candidatos: Qυal seria a política de redimensionamento que valorizasse o trabalhador e não a sua doença?

Edilson Maneschy: "Temos criticado a atual política de recursos humanos. Quanto ao redimensionamento, não o condenamos como tese, mas criticamos na forma". Compromete-se o candidato em seguida a "mudar o comportamento no trato com seus servidores", "humanizar as relações e ambiente de trabalho", "reformular pactuando qual deve ser a política de saúde do trabalhador com as entidades, incluindo a progressão funcional".

Regina Feio: "atualmente, estamos num processo de pactuação para discutir algumas políticas. A política de saúde do trabalhador deve ser pactuada com todos. É importante e não abriremos mão disso". Em seguida, afirmou a candidata que "uma política começou a ser feita através do Paulo de Tarso no HUJBB".
Nota do poster
: neste intante o primeiro momento tenso do debate. A candidata recebeu algumas vaias da platéia, quando afirmava que sentou à mesa com os trabalhadores no HU.

Ricardo Ishak: manifestou "preocupação muito grande em relação ao redimensionamento. Segundo o candidato, em seu programa de gestão, "o redimensionamento bem como o plano de saúde, os dois seriam repensados" por que em sua opinião, "as pessoas não fizeram o processo com transparência".

Ana Tancredi: inicia sua resposta afirmando que "pra você ter saúde, precisa ter condição de trabalho".
Nota do Poster: (platéia aplaude com claques de apoio).
Sobre a possibilidade de demissão de funcionários FADESP até 2010, a candidata compromete-se a "implantar um grupo de trabalho com pessoas do HU mais a Procuradoria geral", afirmando que "tem que ter brecha na lei para resolver".

OBSERVAÇÕES do momento: Paulo Amorim, ex-diretor da Centro de Ciências da Saúde (agora de cabelos pintados) na platéia apoiando Edilson Maneschy.

Claque se manifesta com palavras de ordem e a mesa por alguns instantes, parece perder o controle da situação: “Educação não é mercadoria. Ana Tancredi na Reitoria”.

Retrato de uma pobre cidade - II

Dúvidas sobre a volta de Duciomar, o normal? Então leia essa notícia.

Debate no HUJBB - Apresentação inicial dos candidatos

Em sua fala introdutória, os candidatos resumiram suas propostas de campanha, especificando-as no tocante ao HUJBB, da seguinte maneira:

Ricardo Ishak: Ênfase na eleição direta para Diretor
Edilson Maneschy: ênfase na melhoria da infra-estrutura do hospital
Ana Tancredi: ênfase na melhoria da infra-estrutura do hospital
Regina Feio: criação de um Centro de Pesquisa Clínica, incentivo a pós-graduação latu sensu.

Debate entre os candidatos a Reitoria da UFPa no HUJBB


Candidatos se apresentam a platéia no HUJBB.

Realizou-se hoje, o debate entre os candidatos à Reitoria da UFPa, no auditório do Hospital Universitário João de Barros Barreto. Plenária lotada para o pequeno espaço, contudo, para um evento desta importância, podemos até considerar uma pequena quantidade de pessoas no auditório. Mas a platéia estava grossa, por assim dizer. Muitas claques de candidatos, muitos sindicalistas e alguns funcionários do HUJBB. Digamos que meio a meio (50% pessoas estranhas ao cotidiano da instituição e 50% funcionários legítimos do hospital).


Auditório lotado no HUJBB durante o debate.

Os quatro candiatos estavam presentes e sentaram-se à mesa nesta ordem: Regina Feio, Edilson Maneschy, Ana Tancredi e Ricardo Ishak.
O formato do debate, ao contrário do que alguns blogs chegaram a afirmar, foi assim desenhado:

I Bloco - Apresentação inicial de cada candidato
II Bloco - Perguntas das 3 entidades presentes no debate(ADUFPa, DCE, SINTUFPa) aos candidatos.
III Bloco - Perguntas livres entre os candidatos
IV Bloco - Perguntas da platéia

Malinagem

Ao melhor estilo FHC, Lula assinou o decreto que possibilita fechar o negócio dos sonhos de Daniel Dantas: a fusão das telefônicas BrasilTelecom e Oi, ex-Telemar. O negócio está estimado em 13 bilhões de reais e renderá ao baiano cerca de 2 bilhões, pela venda de sua participação na BrT.

Agora, mais ou menos 60% da telefonia fixa e 20% da telefonia celular do país estão nas mãos de dois homens: Sérgio Andrade, da Andrade Gutierrez, e Carlos Jereissati, dono do grupo La Fonte.

Retrato de uma pobre cidade

Finda a campanha eleitoral, tudo volta a ser como dantes, no quartel de Abrantes. O re-prefeito, inclusive.

Veja este relato do blog Espaço Aberto e me diga se a cidade não foi vítima de um senhor estelionato eleitoral?

Cautela e caldo de galinha

Da última vez em que ofenderam a moral de seu filho, o poeta e ex-governador da Paraíba Ronaldo Cunha Lima acertou uma bala no rosto do opositor, o também ex-governador Tarcísio Burity.

Agora, cassaram Cassio Cunha Lima, filho do atirador, também do cargo de governador do Estado.

Se eu fosse ministro do Tribunal Superior Eleitoral, botava as barbas de molho.

Cotas

Sob o título acima, o magistrado José de Alencar faz uma análise acertada, a meu ver, da política de quotas raciais nas IFES:

Foi posto nos trilhos e começou a andar mais um vagão de cotas raciais e sociais, que ontem partiu da Câmara, agora vai para o Senado e o destino final será as Universidades Públicas.
A medida é simpaticíssima e politicamente correta.
Mas, com todo o respeito, é um remendo aplicado por uma sociedade política - e civil também - que não quer - e não quer mesmo - resolver o problema de fundo, que é a brutal desigualdade social e regional, bem medida pelo índice de Gini.
Claro que qualquer crítica que se faça a essas cotas expõe o crítico ao risco de maldição imediata e perpétua.
Prefiro correr o risco de receber de volta pedras - ou até uma pedreira inteira - do que deixar passar essa oportunidade de colocar o dedo na verdadeira ferida, que é a desigualdade social e regional.
As bolsas e cotas são remendos que não dão a solução completa e definitiva para esse problema de fundo, sem a qual continuaremos onde estamos, embora possamos progredir economicamente e posar de BRIC ou membro do G-20.
E como muitos já disseram antes - e por isso mesmo estão ou foram para o ostracismo - nenhuma dessas duas ações afirmativas apontam a porta de saída.
Assim, corremos o risco de perpetuar a desigualdade e seus remendos, as bolsas e as cotas.

Voto com o relator, Excelência.

Escola de violência

Nota do G1 remete a reportagem veiculada no Bom Dia Brasil de hoje sobre a violência entre alunos de escolas públicas de Belém, motivada por rixas entre instituições supostamente rivais.

A escalada da violência começa cedo, em nossa capital. São estas crianças que, alimentadas na filosofia da lei do Talião e, mais tarde, reforçadas pela ociosidade, pela falta de oportunidades e pela lassidão do sistema público de segurança, sairão às ruas para roubar e matar.

Enquanto isto, as autoridades responsáveis dormem em berço esplêndido.

Admirável mundo novo

Certa feita, postei aqui uma foto da NASA que, na minha primeira impressão, remetia à tal pequenez da espécie humana (clichê de certos críticos de cinema) frente à força da natureza e aos desígnios do universo.

ASF, comentarista emérito do blog, corrigiu-me: a imagem representava ao mesmo tempo a pequenez e a grandeza da humanidade, pois era a prova de quantos desafios havíamos vencido e quão longe tínhamos chegado.

Hoje, ao ler esta notícia, lembrei-me da postagem. Significativamente, passei a concordar ainda mais com ASF.

Por um fio de cabelo


Nicolau Copérnico (Imagens: Wikipedia)


Enterrado no século 14 na Catedral de Frombork (Polônia), o grande padre/astrônomo Nicolau Copérnico - baluarte da teoria do heliocentrismo - parece não ter merecido a identificação correta da lápide onde respousavam seus restos mortais. Sabe lá, se por algum estratagema de Galileu, o fato é que em meio a muitos outros, tinha-se um esqueleto candidato e algumas evidências baseadas em "retratos" existentes de Copérnico.
Por conta disto, um longo período de investigações em cima deste esqueleto, reconstruções faciais forenses, estudos antropológicos, etc, ainda não tinham contribuído para desfazer de maneira definitiva as dúvidas sobre a autenticidade de seus restos mortais.
Mas esta semana, a questão parece ter chegado ao fim.


Catedral de Frombork, Polônia (Imagem: Wikipedia)

A CNN divulgou hoje que cientistas conseguiram uma prova conclusiva de que o esqueleto é mesmo de Copérnico. Utilizando testes de DNA, os cientistas afirmam que amostras de um dente e um fêmur são rigorosamente compatíveis com um fio de cabelo (na verdade, dois) encontrado em um dos livros que pertenceram ao astrônomo (guardado na Universidade de Upsala, Suécia).

Possíveis lições desta história:
  • Cuide direitinho da identificação de sua lápide
  • Não se preocupe com queda de cabelos. Aliás, deixe-os caírem livremente em cima dos livros
  • Leia!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

The Case Continues

Ute Lemper foi integrante de movimentos de vanguarda na extinta República Federal Alemã e integrou o grupo de artistas e intelectuais em torno de Rainer Werner Fassbinder. Filha de médico e de uma cantora lírica, Lemper alia beleza física, presença cênica e timbre vocal inigualáveis para interpretar um repertório tão amplo quanto eclético, assinado por Kurt Weill, Tom Waits, Nick Cave, Elvis Costello, Phillip Glass, além de compositores alemães de operetas de cabaré, que ela resgatou do esquecimento histórico.

No vídeo ela interpreta The Case Continues (Neill Hannon/Joby Talbott), música do disco The Punishing Kiss (2000).

Eis a letra:

The victim was a woman a woman in her prime
The suspect was a lover he had no alibi
The weapon was a phone call in the dead of night
You know I never really thought you had it in you
The case continues

The suspect was a cruel self-motivated man
He held the victim's heart in the palm of his hand
The motive is a mystery I'll never understand
The final cut went deep down to the very sinew
The case continues

Why did the blood-stained sheets that burned turn quite so cold
My only crime was passion wild and uncontrolled
If sex were an Olympic sport we'd've won the gold
Oh tell me that there's still a little love left in you
The case continues

The final cut went deep down to the very sinew

The case continues

The victim is in shock there's not much more to say
The suspect made a smooth and silent get-away
The scars may slowly heal but they'll never go away
I only hope that one day you understand just what I've been through

The case continues

I only hope that one day you understand just what I've been though

Oh tell me that there's a little love left in you

The case continues

Cinelândia

A área de cinema em vídeo anda animada nesses últimos tempos. Clássicos como O Poderoso Chefão (The Godfather, 1985) está no mercado com uma cópia primorosa que promete trazer o virtuosismo cromático do original. Quem assistiu os dvdes em alta resolução diz ser uma experiência imperdível para o cinéfilo. Ainda na seqüência comemorativa dos 25 anos do filme, a editora alemã Taschen publica The Godfather Family Album, volume de grande formato, com 440 páginas de texto e fotos raras da produção do filme. O livro tem edição especial constituida de 1000 exemplares assinados pelo Steve Schapiro, fotógrafo do set, e 200 igualmente autografados e enriquecidos com duas fotografias originais. Por essa razão mesmo o preço da edição mais comercial é dos mais salgados: EU$700.
Na esteira das homenagens aos grandes mestres do cinema, chega ao mercado brasileiro Berlim Alexanderplatz (Versátil), a monumental obra de Rainer Werner Fassbinder. A recuperação dessa obra com 16 horas de duração, distribuidas em 13 capítulos e epílogo foi produto da parceria entre a Fundação Rainer Werner Fassbinder e várias instituições culturais internacionais. Uns bons anos passados, vi alguns episódios do filme na televisão brasileira, sofrendo com as limitações da transmissão e, claro, os comerciais. Pretendo assim vê-lo de novo, na íntegra e em condições tecnológicas mais avançadas, ainda que nada se compare a riqueza de matizes que a cópia de 35 mm traz para os olhos do espectador, na penumbra da sala de projeção. Contudo, perdi a projeção no Cine Bombril em São Paulo, outubro passado.
Berlim Alexanderplatz é monumental não pela duração da narrativa. Também pela dificuldade de adaptar-se para o cinema a polifonia narrativa do romance de Döblin e sobretudo porque se trata do melhor registro da ambiência social alemã nos anos entre guerras, e de suas conseqüencias no empobrecimento material, moral e político que os levou à tragédia do nacional-socialismo e a divisão territorial que perdurou até 1989, quando então ruiu material e politicamente o Muro de Berlim. Toda a obra de Fassbinder, integrante de uma geração torturada pelo passado recente e por um presente sombrio, traz em diferentes planos essa tensão metafísica, uma dor moral transcedente. Para alguns Belim Alexanderplatz representa o testamento político desse notável realizador, falecido aos 37 anos em decorrência do uso de drogas.

Noite de cinema

Aos invejosos de plantão: a Taberna São Jorge, ou Bar da Valda para os íntimos, segue absoluta na condição de melhor boteco de Belém.

Ontem, cheguei por lá às 9 horas. De longe, ouvia-se um piano tocando. Uma escuridão na entrada dava ares estranhos ao bar. Quando entrei, qual minha surpresa? O pianista Paulo José Campos de Melo tocava diante de uma grande tela que exibia O Garoto, de Charles Chaplin, tal qual os antigos músicos sonoplastas do cinema mudo.

Paulo José deu um show - costumeiro, para quem já o havia visto antes em concertos. O clima do filme era magistralmente seguido pelas músicas que tocava sem parar. O filme, por sua vez, dispensa comentários: lindo, emocionante, engraçado; simplesmente sensacional.

Para quem esperava somente tomar uns gorós e comer uns bons bolinhos de arroz, a noite superou (e muito) a expectativa.

A iniciativa se repetirá todas as quartas-feiras. Segundo a Valda, na próxima semana o filme exibido será O Gabinete do Dr. Caligari ou Nosferatu. Concorrência, tremei!

___________________
Em tempo: isso não é jabá: não ganho nada pela propaganda.

Muitos anos de fama

A nutricionista Ruth Lemos, há alguns anos, virou uma celebridade na internet. Pena que não tenha sido pelas importantes iniciativas que capitaneou no sentido de dar aconselhamento nutricional à população. Celebridade mesmo! Duvida, veja o que uma pesquisa no Google produziu e não perca seus verbetes na Desciclopedia e Wikipedia. Na desciclopedia, é claro: muita maldade.
Foi vítima de uma pegadinha produzida pelo ponto eletrônico, que produzia um pequeno atraso (delay) no retorno do áudio que ela própria produzia ao falar no microfone, nesta entrevista emblemática à afiliada da rede Globo em Recife.



A internet não perdoou e este vídeo já circula há anos na grande rede, inicialmente anexado a e-mails e posteriormente integrado ao You Tube.
Ela chegou inclusive a participar do programa do Jô, onde explicou pessoalmente as circunstâncias constrangedoras que geraram o fenômeno, onde teve inclusive, a oportunidade de dar com seriedade o recado que definitivamente não conseguiu naquele fatídico dia. (veja aqui as imagens do programa).
Para minha surpresa, Dona Ruth chegou a se candidatar a deputada estadual no Recife pelo PPS.



Não sabemos se foi bem sucedida.

Inacreditável



Este é o vídeo do You Tube mais assistido pelos brasileiros.
Não me perguntem a razão. Mas leiam a fonte da notícia, clicando aqui.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Éramos 6

Dêem uma olhada no Fazendo o Flanar, aí na coluna direita. Perceberam?
Pois é. Na virada desta quarta para quinta, o Flanar ganhou mais um articulista. Como sei que é pessoa discreta, de hábitos reservados, não farei apresentação especial.
Mas faço a mais absoluta questão de dizer:
Bem Vindo ao Flanar Scylla Lage Neto!

Vende-se lá como cá

No post Vende-se nosso companheiro no Flanar Francisco Rocha Junior informa que está programada venda na modalidade leilão de raridades do escritor português Fernando Pessoa.

Assim como lá cá está a venda o acervo do que seria um museu que reuniria as obras de arte reunidas ao longo de 60 anos pelos escritores Jorge Amado e sua mulher Zélia Gatai.

Durante 6 anos o cantor, compositor e dublê de político Gilberto Gil, baiano, como Zélia e Jorge, esteve a frente do Ministério da Cultura (MinC).

Há quatro anos apelos dos herdeiros dos dois escritores brasileiros tentaram sensibilizar o ministério -- responsável pelo patrimônio cultural do país -- para o risco de desfazimento da coleção, em vão.

Ontem a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) soltou a seguinte nota indignada com a omissão do MinC.

No total, foram colocadas à venda 576 peças, entre elas, gravuras, objetos de arte e outros bens.

Bichos presos

Alguém acha que o jogo do bicho pode mesmo ser eliminado? Eu acho que não pode. Aliás, não vejo razões realmente convincentes para manter essa prática como contravenção penal. Prevista no art. 58 da Lei de Contravenções Penais, está inserida no capítulo "das contravenções relativas à polícia de costumes". E manter um Estado policial sobre condutas não caracteristicamente lesivas a interesses de terceiros não me convence. É coisa dos anos 1940, com nítida influência da Igreja Católica e seu discurso contrário ao prazer. Penso que a prática deveria ser regulamentada, para que o Estado arrecadasse impostos e os inúmeros trabalhadores do setor finalmente pudessem conquistar direitos trabalhistas e previdenciários, sem maiores discussões.
Por outro lado, sendo excessivamente pragmático, há muito dinheiro em jogo. Donde resulta que, não, a atividade não vai acabar. Simples assim.
Por outro lado, é infeliz a declaração atribuída por O Liberal ao promotor de justiça Milton Menezes, de que o jogo do bicho, apesar de prática secular e tolerada pela sociedade e pelas autoridades, chegou a um nível acintoso a partir do fato de que "a imagem de Belém ficaria tremendamente arranhada com o Fórum Social Mundial", sendo essa a razão "de fazer uma limpeza na cidade" e de "acabar com a jogatina".
Então é essa a questão? Fingir que não existe jogo do bicho para que os estrangeiros não fiquem com má impressão? Em vez de se coibir uma prática alegadamente nociva, o problema é só de maquiagem temporária, à semelhança de quando o então prefeito Hélio Gueiros mandou asfaltar a Rodovia Augusto Montenegro de ponta a ponta, para o Príncipe Charles passar com seu carro em um tapete novinho? E se for isso, qual a chance de as autoridades continuarem coibindo o jogo após o FSM acabar?
Para saber qual será o desfecho dessa situação, aguarde dois ou três dias. No máximo.

PS - Saiba que jogar no bicho também constitui contravenção, punida com multa. Vai uma fezinha aí?

Atualizado em 20.11.2008:
Sem surpresa, comunico que errei. No dia seguinte à operação, tudo normal. Claro.

Ensaio sobre a Cegueira

No monumental livro do português José Saramago, recentemente transformado em filme por Fernando Meirelles, uma epidemia de cegueira toma conta de uma cidade inteira. À medida que mais pessoas vão sendo contaminadas, a limitação física faz aflorar o que nelas há de pior. O mal possui uma característica esdrúxula: a cegueira que atinge a todos é branca.

Saramago bem que poderia ter ambientado seu romance em Belém do Pará. Afinal, parece que vivemos em uma eterna cegueira branca. As autoridades constituídas são o principal grupo de risco desta moléstia.

Leio nos jornais de hoje que o GEPROC, grupo especial de repressão ao crime organizado encabeçado pelo Ministério Público Estadual e constituído de instâncias do sistema de segurança pública e do fisco, estouraram (como adoram dizer os jornalistas policiais) uma central de jogo de bicho que, estima-se, arrecadava cerca de 1 milhão de reais ao dia, somente na região metropolitana. O imóvel onde foram apreendidas máquinas, dinheiro, armas e munição ficava em um bairro central da cidade, na travessa do Chaco. Vejo e ouço falar desta sigla, Parazão, e de outras menos conhecidas, desde minha adolescência.

Não há como se surpreender com a existência e o tamanho destas atividades. Há anos, qualquer pessoa que goste de futebol e tenha o mau costume de ouvir qualquer das rádios AM de Belém, como eu, sabe que às 12:30 e às 18:30 horas, diariamente, a programação esportiva é interrompida para que se cante o resultado da zooteca. Sem disfarces, sem subterfúgios: o jogo do bicho é patrocinador de todos os programas esportivos da terra.

Ande pelas ruas e verá, em várias esquinas, pequenas bancas, com uma pessoa sentada, anotando talonários de jogo. Ande um pouco mais e se deparará, sob placas de apelo chamativo e gosto duvidoso, com casas lotéricas de jogo do bicho. Tudo às claras, sem que ninguém esconda a cara, ao entrar ou sair, e sem que qualquer apontador se preocupe em disfarçar o que ali está fazendo.

Assim como é evidente a presença do bicho na sociedade local, sem incômodo das autoridades, é também escancarada a venda de produtos piratas. A avenida Presidente Vargas é o eldorado dos camelôs e todos vendem produtos piratas. Próximas à Seccional do Comércio, à Receita Federal, à vista de qualquer transeunte, as bancas de DVDs e CDs oferecem os títulos mais recentes da indústria cinematográfica, o show mais novo de Victor & Léo, o último CD da Britney Spears. Nada é legítimo; tudo é ilegal.

Diante do mercado de São Braz ou na Doca de Souza Franco, qualquer motorista que pare no sinal será abordado por um vendedor ambulante, oferecendo mais produtos piratas.

Evidentemente, não sou só eu o abordado. Promotores de Justiça, procuradores da República, juízes e policiais federais, civis e militares também o são. As autoridades sabem onde encontrar a ilegalidade; nem precisam procurar muito: a vizinhança sabe, o pedestre sabe, o motorista de táxi que faz ponto próximo sabe. Sabe que é crime, sabe quem é o criminoso e sabe onde ele mora e onde trabalha. E a autoridade, mais que ninguém, sabe de tudo isso.

Mas, como os cegos de Saramago, só vêem um branco à sua frente. Até que algo, ou alguém, lhes desperte o sentido.