segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
Feliz 2008!
Saúde, felicidade, paz de espírito e sucesso a todos os leitores do Flanar. Até o próximo ano!
domingo, 30 de dezembro de 2007
Dezembro na história
Ademais, em matéria de desgraças, dezembro é forte concorrente. No dia 11 de dezembro de 1941, Hitler declarou guerra aos Estados Unidos; em 13 de dezembro de 1968, foi decretado o Ato Institucional n. 5, o tristemente famoso AI-5; em 22 de dezembro de 1988, o ativista Chico Mendes foi brutal e covardemente assassinado; no mesmo dia, mas em 1968 (já sob a vigência do AI-5), Caetano Veloso e Gilberto Gil foram presos pelo regime militar; dia 29, Cássia Eller faleceu, vítima de overdose.
Dezembro também não é um bom mês para governantes assassinos ou corruptos (ou ambos): o ditador romeno Nicolau Ceaucescu, que ficou 24 anos na presidência do país, foi fuzilado no dia de Natal de 1989; Fernando Collor de Mello renunciou à presidência da República, na tentativa vã de escapar do processo de impeachment que o afastou por oito anos da vida pública brasileira, em 29/12/1992; e Saddam Hussein foi enforcado em 30/12 do ano passado.
Agora, para aumentar o triste portfólio do mês, Benazir Bhutto foi assassinada no dia 27.
É tão estranho, os bons morrem jovens...
Ontem, 29 de dezembro, fez 6 anos que Cássia Eller morreu estupidamente. Como vários outros bons, foi-se cedo demais.
Também morreu cedo demais Kurt Cobain, da banda americana Nirvana. Ele e Cássia poderiam ter-se conhecido e cantado juntos Smell Like Teen Spirit, que neste vídeo ela interpreta sozinha.
Cinismo midiático
No dia 13 deste mês, o adolescente Carlos Rodrigues Júnior foi assassinado por policiais militares em Bauru, interior do Estado de São Paulo. Torturado por seis PMs, que lhe aplicaram 30 choques elétricos, Carlos, suspeito de roubar uma motocicleta, morreu de ataque cardíaco, conseqüência dos pavorosos atos dos policiais.
Veja nada disse sobre o caso. Ao contrário: com uma desfaçatez sem tamanho, apresentou, na primeira edição após o caso de Bauru, uma reportagem asseverando que, após 50 anos, a cidade de São Paulo vivera um dia inteiro sem um único homicídio. Creditou a façanha ao governo José Serra, sublinhando as medidas que teriam permitido uma gama de recordes na política de segurança pública do Estado.
O tal dia sem homicídios ocorreu em 07 de dezembro; a morte do menor Carlos Rodrigues Júnior, no dia 13. Em lugar de veicular o artigo sobre o dia sem homicídios na edição seguinte ao fato, Veja somente o publicou na semana do assassinato do adolescente. Notícias sobre o fato do interior paulista, não houve nenhuma. Somente duas semanas depois, a coluna do jornalista André Petry repercutiu o crime dos servidores militares: cobrou do governador paulista uma resposta ao assunto, já que a reação de Serra teria sido protocolar e muito light frente à sua gravidade. Como coluna assinada, porém, evidentemente não espelhou a posição da revista a respeito; trata-se de opinião do signatário.
As demais mídias também não abordaram o assunto com o denodo devido. Não houve o mesmo espalhafato ocorrido quando da prisão da menor de Abaetetuba (espalhafato, diga-se, evidentemente merecido); mas neste caso, mesmo tendo havido morte – o que, recorde-se, não aconteceu no interior paraense, apesar da gravidade da situação – com participação direta, ativa e inquestionável de servidores estaduais, houve silêncio. Uma verdadeira omertà: nem o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) apareceu para pedir intervenção federal em São Paulo.
Em resposta ao artigo de Petry, o secretário de Comunicação do governo de São Paulo respondeu a Veja, afirmando que o colunista desinformava seus leitores e que José Serra havia, sim, tomado as atitudes necessárias à solução do caso. Não sei por que o secretário deixou para explicar ao respeitável público a reação do governo paulista somente após ter sido provocado. Ninguém antes ficara sabendo que, além de indignado, Serra, segundo seu auxiliar, movera o mundo para reparar o crime da Administração Pública que comanda.
Além de André Petry, o Observatório da Imprensa, em artigo de 25 deste mês, assinado por Carlos Brickmann, relatou o caso de Bauru da seguinte forma:
É devagar...
Na quinta-feira (13/12), um garoto de 15 anos, Carlos Rodrigues Jr., foi morto por choques elétricos aplicados durante sessão de tortura a que foi submetido, logo depois de ser interrogado por seis policiais militares. Bauru é uma grande cidade do interior paulista; o governador José Serra é o comandante supremo da polícia. Serra levou quase uma semana para falar do caso. E, quando falou, falou fino: disse que a morte do garoto foi uma brutalidade e que a linha de seu governo é o respeito aos direitos individuais. Pode ser; mas Rodrigues não é o primeiro que morre. E que outra coisa poderia Serra dizer? Até o general Pinochet, que o governador conhece bem e detestava, garantia ser favorável aos direitos humanos.
Mas a nossa imprensa é boazinha. Ninguém está pressionando o governador Serra a dizer que providências está tomando, o que fará para evitar esse tipo de barbaridade, como garantirá que a linha-dura contra o crime não ignore os direitos individuais. A governadora Ana Júlia, do Pará, onde ocorreu outra barbaridade inaceitável, foi bem mais pressionada pela imprensa, mesmo não tendo havido morte.
É assim mesmo: o Pará é tido e havido como o fim do mundo. A barbárie, ao que parece, só ocorre por aqui. Quando acontece alhures, é disfarçada, escondida e, por vezes, inclusive justificada.
Não fosse sério, perturbador e revoltante, seria engraçado verificar que na carta com que anualmente brinda os leitores de Veja (publicada na mesma última edição do ano), o dono da Editora Abril, Roberto Civita, afirma que “nunca é demais lembrar que o fortalecimento das instituições depende – acima de tudo – de uma população bem educada, bem informada por meios de comunicação responsáveis e empenhada na manutenção da liberdade, da democracia e da justiça”.
Civita, certamente, não se refere à sua própria revista, nem aos grandes grupos de mídia do país.
sábado, 29 de dezembro de 2007
Ilha do Marajó em imagens
Exibir mapa ampliado
Como quase sempre fazemos, no final de mais um ano, voltamos nesta semana à Ilha do Marajó. Como não sobra mesmo muito tempo para texto, optamos por resumir as belezas daquele lugar mágico, com uma série de imagens que espero que apreciem.
Feliz 2008 à todos nossos visitantes!
De manhã cedo, a magia da Baía de Marajó.
Biguás pousados naquilo que um dia foi um curral.
O Guará e uma de suas mais conhecidas cores...
...pois existem outras (e eu não sabia).
Pousada dos Aruãs e seu ótimo ambiente.
A trilha ecológica.
Veja com atenção. Existem 2 Guarás nesta foto.
Uma surpresa que o sol nos trouxe em Goiabal.
O Biguá aguardando o momento de abocanhar sua presa.
O Jaçanã em seu habitat preferido.
Apesar da canela fina, não faltou coragem. Sucesso no final.
Ruínas da Igreja Jesuíta, ainda resistindo em Joannes.
As falésias de Joannes, com tempestade à vista.
No retorno, a surpresa do transatlântico. Tinha gente dizendo: Ulha!
Canção para fim/início de ano
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Mascarada
Quando eu tinha pouco menos de dez anos, meu pai colecionava uma série da editora Abril, cujo nome não lembro, que trazia em uma capa branca uma pequena foto do sambista homenageado. Cada número era dedicado a um compositor e continha um vinil com grandes sucessos e um farto encarte.
Por meio destes discos, fui apresentado a Paulinho da Viola, Nelson Cavaquinho, Cartola, Candeia e outros mestres. Passei a vincular, num cenário único, sábados de manhã, o batuque em 33 rotações e o cheiro de pirarucu frito, que minha mãe fazia sempre que nos mandavam por encomenda – nesta época morávamos fora de Belém. Sob este ar familiar e desde então, apaixonei-me pelo samba de modo irremediável.
Havia uma canção em especial que eu pedia muito ao meu pai para escutar. Falava da paixão carnavalesca do compositor por uma mascarada.
Passei anos sem ouvir este samba, até que um dia, por obra e graça do grande Zé Renato, ex-Boca Livre, redescobri-o
Finíssima estampa, este samba. Finíssima figura, o Zé Kéti.
Bom final de semana a todos os que nos honram com sua leitura e comentários.
Bravo!
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Intolerância
Nesta quinta-feira, a humanidade deu mais uma prova de que a intolerância ainda é uma doença muito longe de ser erradicada: Benazir Bhutto foi assassinada hoje por um manifestante suicida que, após atirar na ex-primeira ministra do Paquistão, detonou uma bomba presa a seu corpo, matando mais 16 pessoas presentes a um comício realizado em Rawalpindi, no interior do país.
Benazir passou 8 anos em auto-exílio, tendo retornado somente em outubro deste ano à sua terra natal. Logo em sua chegada, quase foi vítima de um enorme atentado, atribuído à Al-Qaeda (grupo terrorista responsável pelo fatídico 11 de setembro), que matou mais de 130 pessoas.
Benazir Bhutto teve uma história de vida marcada pela tragédia. Tendo cumprido sua formação acadêmica entre as universidades de Oxford, na Inglaterra, e Harvard, nos EUA, retornou ao Paquistão em 1977, quando seu pai, Zulfiqar Ali Bhutto, tornou-se o primeiro premier eleito no Paquistão. Em 1979, Ali Bhutto foi deposto por um golpe militar e executado pelo novo regime. Benazir ficou presa, com toda a família, a mando do governo, de
Benazir foi eleita por duas vezes primeira-ministra do Paquistão. Saiu sob acusações de corrupção, que ela sempre negou. Exilou-se a partir de 1999 até este ano, quando negociou com o presidente Pervez Musharraf seu retorno.
A história de Benazir Bhutto e, em particular, o episódio da queda e execução de seu pai, inspirou uma canção de Chico César, compositor maranhense, que prega justamente contra a intolerância:
Não aponte o dedo
para Benazir Bhutto
seu puto
ela está de luto
pela morte do pai.
Não aponte o dedo
para Benazir,
esse dedo em riste,
esse medo triste
é você.
Benazir resiste
o olho que existe
é o que vê.
sábado, 22 de dezembro de 2007
Mais fotos no Google Earth
Tenho recebido mais presentes de Natal do que o esperado. Agora há pouco, acabei de ser comunicado sobre mais fotos de minha autoria aprovadas para apresentação em todo mundo através do Google Earth e seu sítio de hospedagem de fotografias Panoramio. Entre elas, esta da bela obra de Oscar Niemeyer que é a Igreja de São Francisco de Assis na Pampulha, em Belo Horizonte.
Das 24 fotografias que tenho lá, 19 já foram aprovadas e outras ainda não foram analisadas.
Para vê-las, você pode ir direto até meu sítio no Panoramio ou então visitar os locais das fotos utilizando seu Google Earth.
O fantástico mouse que funciona sem atrito
Logitech MX Air. Mágica e design nas mãos.
A Logitech, tradicional fabricante de produtos de alta qualidade, lançou um produto que promete revolucionar o conceito de um mouse. Voltado aos usuários dos chamados Media Center PCs, o mouse funciona no ar, respondendo aos movimentos das mãos e dos braços. E ainda funciona sem fio (rádio-frequência) e baterias recarregáveis.
Trata-se do MX Air.
Veja o vídeo de demonstração na PC World BR. Desta vez, sem "ratada" no título.
Erro gravíssimo e espantoso
É exatamente sobre isso que a PC World BR pretendia abordar em reportagem especial.
Só não precisava falhar de maneira espantosa justamente no título.
Se você não acredita, clique aqui para ver com seus próprios olhos.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
Natal no Iraque
Feliz Natal
Natal é clichê. Votos de renovação, de felicidades, de saúde, são inevitavelmente repetidos. Mas como não sê-lo, tratando-se de uma festa tradicional e milenar do mundo cristão?
Assim, somando-me às saudações clichês, uma música clichê preenche este espaço (já tradicional, segundo meu querido amigo Paulinho Klautau) nas vésperas do 25 de dezembro. Creio, porém, que a escolha da canção é perdoável, pois é de autoria de um gênio e uma personalidade admirável (o beatle John Lennon) e fala de paz, de que tanto precisamos em nosso mundo conturbado.
Feliz Natal a todos.
Cantata de Natal
Vinicius/Chico/Garoto - Gente Humilde
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
O retrato da incompetência
Mac OS Leopard: instalado e operante
Após cerca de 35 minutos de instalação, finalmente pude ver a nova interface bem cuidada do Mac OS Leopard, a nova versão do sistema operacional da Apple.
Recebi pelo correio na última terça-feira e iniciei o processo de instalação no mesmo dia.
O show já começa pela embalagem, primorosamente manufaturada, com efeitos holográficos.
Como recomendado em diversos sítios especializados, reformatei o HD e comecei tudo do zero, tomando o cuidado de exceutar o backup de dados previamente.
Nova área de trabalho do Leopard com as stacks.
Na primeira inicialização, a surpresa com um belíssimo vídeo de apresentação da Apple, sempre cuidadosa com seus recursos gráficos.
A segunda surpresa, nada agradável, é que o SO vem "pelado". Ou seja, os recursos do iLife não estão embutidos no DVD do Leopard. Ele terá que ser adquirido à parte. Já providenciei pois o iLife é uma suíte que reúne excelentes aplicativos para lidar com arquivos multimídia no computador.
De cara, observa-se logo o nôvo Dock desenhado em 3D com perspectiva, os novos ícones de Preferências do Sistema, da Time Machine (que por enquanto, optei por manter desativada) e do novíssimo recurso de stacks que deixa acessível ao usuário seus documentos contidos no Finder (gerenciador de arquivos do Mac). Aliás, no Finder, pude testar o Cover Flow. Nele, podemos visualizar o conteúdo de nossos documentos com animação gráfica. Muito bonito e de grande utilidade.
Tudo o que está na área de trabalho tem um leve efeito de transparência e o papel de parede default agora é púrpura.
Dock em 3D
Foram menos de 48 h de uso e pouco ainda posso dizer das novas funcionalidades do Leopard, restando apenas este post, com as primeiras impressões subjetivas.
Como tenho necessidade de ter o Windows Vista instalado junto com o Mac OS na mesma máquina, minha expectativa era pelo funcionamento do nôvo Boot Camp (software que permite a dupla instalação).
Pois ele melhorou muito. Antes, éramos levados a gravar um CD com drivers (softwares que tornam os dispositivos de hardware agregados a máquina, reconhecíveis pelo sistema operacional) antes de iniciar o particionamento do HD e instalação do Vista. Agora isto não é mais necessário. Os drivers já estão gravados no próprio DVD do Leopard, que é solicitado após a instalação do Vista.
A mera inserção do DVD do Mac OS, dá início ao script de instalação de drivers pelo Boot Camp. Ótimo! O que já era simples ficou melhor.
Quanto ao funcionamento do sistema, ele mantém a rápida inicialização que antes o Tiger já tinha: cerca de 30 segundos. Nisto, o Mac OS é absolutamente imbatível.
Já o Vista, no mesmo hardware, mais de 1 minuto.
Nenhum contratempo, nenhum aborrecimento, nenhuma mensagem de erro, nada!
Tudo funcionando na mais perfeita harmonia. Um presente de Natal que ninguém me daria.
Mas como disse no início, é muito pouco tempo para concluir qualquer coisa. E a Apple já corrigiu algumas falhas que são de imediato "baixadas" após a primeira inicialização.
Só o tempo irá dizer o restante. E eu estarei aqui para relatá-las, tão logo seja necessário.
Devagar, quase parando
Aos leitores do blog, razão de sua existência e fonte de estímulo para a continuidade das postagens, desejo também um Natal maravilhoso, farto, saudável e feliz.
El comandante
Os EUA, país hostil ao governo cubano, informou que considerou interessante a afirmação do líder comunista.
Aos "flanares"
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Pena de morte
As organizações que defendem o fim da pena de morte pelo mundo comemoraram o fato. No entanto, 37 dos 50 Estados Unidos ainda mantêm a prática.
A pena de morte é um resquício no mundo ocidental moderno da Lex Talionis, expressa no brocardo dente por dente, olho por olho. No Estado brasileiro, a proibição de instituição de pena de morte é cláusula pétrea da Constituição Federal, excepcionada apenas nos casos de guerra declarada.
O movimento mundial de proteção aos direitos humanos ainda não conseguiu incluir a renúncia absoluta à pena de morte em seus documentos. A própria Declaração Universal dos Direitos Humanos, apesar de prever o direito irrestrito à vida, à segurança e à liberdade e de repudiar a aplicação de castigos cruéis, desumanos ou degradantes, não negou expressamente a possibilidade de os Estados signatários (dentre eles, os EUA) adotarem a pena de morte. Posteriormente, o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos de 1966, ratificado pelo Brasil por meio do Decreto presidencial n. 592/92, assinado por Fernando Collor, fez menção expressa à pena de morte, permitindo-a “nos casos de crimes mais graves, em conformidade com legislação vigente na época em que o crime foi cometido e que não esteja em conflito com as disposições do presente pacto, nem com a Convenção sobre a Prevenção e a Punição do Crime de Genocídio”, observada a devida sentença transitada em julgado, proferida por juízo competente.
No entanto, para mim é claro que caminhamos para a abolição completa da pena de morte. Apesar de boa parte da população ainda acreditar na relação de causa e efeito entre a pena capital e a diminuição da criminalidade, nenhuma estatística é conclusiva sobre o caso. Ao contrário: nos EUA, já foi várias vezes demonstrado que a eliminação dos criminosos não tem o poder pedagógico que os defensores da pena de morte acreditam que ela tenha.
A manutenção da pena de morte em países que se dizem avançados é a clara continuidade de uma prática superada, para dizer o mínimo. É insidioso assumir a defesa da morte do criminoso como meio de evitar crimes hediondos; é selvageria querer que o Estado vingue a sociedade, em lugar de punir e, com a punição, ressocializar o autor de um crime.
A propósito, o clown midiático Diego Mainardi defendeu a pena de morte em sua coluna da Veja desta semana. Assim Mainardi inicia sua defesa do assassinato estatal:
Pena de morte. É um tema perfeito para o período de Natal. Enquanto as pessoas confraternizam com parentes e amigos, distribuindo presentes e bons sentimentos, eu confraternizo com a cadeira elétrica e a forca.
A pena de morte reduz consideravelmente o número de assassinatos. Para cada criminoso condenado à morte, ocorrem de três a dezoito assassinatos a menos. A estatística consta de uma reportagem do New York Times, de onde chupei os dados publicados nesta coluna.
A reportagem do NYT, a que Mainardi se refere, relata uma controvérsia que retomou fôlego, nos Estados Unidos, entre scholars de Direito e Economia, contrapondo visões que vão desde a diminuição da criminalidade em decorrência do efeito persuasivo da pena de morte à importância de se custear a máquina administrativa da morte, em detrimento de outros investimentos em questões mais importantes.
O artigo do NY Times efetivamente faz menção à estatística mencionada por Mainardi, mas não chega à conclusão efusiva do colunista de Veja. Pelo contrário: propõe mais dúvidas que certezas.
Reafirmo, de minha parte: é um absurdo, nos dias de hoje, creditarmos à pena de morte a possibilidade de diminuição de crimes, notadamente dos mais graves, como homicídio, latrocínio (roubo seguido de morte), delitos de conotação sexual (atentado violento ao pudor, estupro) ou seqüestro, entre outros. A evolução do conceito de direitos humanos não permite a vendeta como punição penal – além da impossibilidade de correção, ou indenização, da vítima de erro judicial, quando lhe for cominada e cumprida a pena capital.
E agora, Dom Cappio?
Com isso, em tese as obras poderão continuar, se o governo federal cassar outras decisões obstativas ao projeto e não ceder à pressão do bispo da Barra, na Bahia, D. Luiz Flávio Cappio, que há 23 dias está em greve de fome, protestando contra a transposição.
O assunto toma dimensões grotescas: a Justiça brasileira está sendo pressionada – chantageada, dir-se-ia mesmo – pela ameaça de suicídio do religioso; os movimentos sociais, políticos e artistas engrossam o coro do bispo; e agora, até mesmo sua ordem religiosa presta-lhe apoio, na forma de um telefonema que lhe foi dado pelo ministro geral da Ordem Franciscana, diretamente de Roma.
O governo federal, por sua vez, inicialmente relegou à própria Igreja o problema. Hoje, porém, governo e CNBB mantiveram reuniões, com a finalidade de superá-lo.
A história se repete: há alguns dias, no Pará, integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) protestaram contra o tratamento a eles dispensado pela Eletronorte invadindo a hidroelétrica de Tucuruí e recusaram-se a negociar com o governo enquanto não fosse concedida pela Justiça paraense ordem de habeas corpus ao líder do movimento, Roquevan Alves da Silva, que se encontrava preso em decorrência de abusos cometidos nos protestos. O habeas corpus, uma vez concedido liminarmente, tornou possível ao governo do Estado negociar a desocupação da barragem com o MAB.
O que se apresenta é um quadro de desrespeito às instituições e ao jogo democrático. E não me venham falar em Thoreau, Gandhi e desobediência civil: as condições do Brasil de hoje não são as mesmas da Índia dos anos 1940, nem o filósofo americano ou o político indiano pregavam a violência e a chantagem como formas válidas de combate político.
De mais a mais, a greve de fome de D. Cappio parece exatamente aquilo que é: muito barulho por nada. Afinal, as obras de integração do Velho Chico com as bacias do Nordeste Setentrional estão suspensas por outra ordem judicial, esta proferida pelo Tribunal Regional Federal da 1a Região.
___________
Atualizada em 20/12/2007, às 10:25hs: a greve de fome de D. Luiz Flávio Cappio terminou ontem, segundo noticiou a Agência Estado. Pelo menos isso.
Desacelerando
Com promessa de normalização a partir do ano que vem. Até lá, desejamos a todos os que nos prestigiam ao longo destes quase 3 anos, um grande Natal e um excelente ano nôvo.
Até 2008!
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Flanando pelo Google Earth
Exibir mapa ampliado
Paris é uma das cidades em que o Maps Google tem imagens da mais alta definição. Como esta em que a Torre Eiffel aparece em todos os seus detalhes, inclusive a famosa fila para entrar em seus elevadores. Clique nos controles e divirta-se.
Livros
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Terra de ninguém
Padre Prudêncio com General Gurjão. Mau cheiro, lixo orgânico e aterro.
No Repórter Diário hoje, um nota estarrecedora, que vem a confirmar minha velha suspeita.
O uso de locais públicos para despejar lixo de demolição já está institucionalizado por alguns animais. Em sucessivos posts a respeito, já toquei neste assunto, inclusive com fotos de celular.
Aterro impossível
Depois de quase dez dias de seguidos telefonemas para diferentes setores da Prefeitura de Belém, cidadão se cansou e está quase desistindo de encontrar um local apropriado onde possa despejar uma carga de aterro de construção. Na última tentativa, ele ouviu de uma servidora que poderia jogar a carga num determinado lugar, bem próximo ao centro da cidade. “Mas lá não é proibido?”, ainda ponderou. “É sim, mas se o senhor mandar descarregar à noite não terá problema”, ouviu ele, com espanto.
Com toda a certeza, um destes lugares bem próximos ao centro da cidade, é na esquina das ruas General Gurjão com Padre Prudêncio, a cerca de 2 quadras da região central (como mostra a foto acima).
Mas para depositar o entulho lá, não há necessidade de fazer isso em alta madrugada não. Basta ir até lá por volta de 18 h que dá até para prender o cidadão que deposita todos os dias seu aterro no local
Repito. Dá até para prender. Se de fato desejarem.
Vejamos então os posts que já foram publicados a respeito.
Campina Abandonada (9 de Maio/2006)
Pipi na rua (19 de novembro/2006)
Flanando pelo centro de Belém (26 de janeiro/2007)
Descaso absoluto (7 de abril/2007)
Descaso absoluto II (9 de abril/2007)
De nada adianta reclamar, ora bolas! A própria servidora pública sugere que se proceda desta maneira. Não é ótimo ainda ter que pagar o IPTU com este tipo de conduta adotada pela prefeitura há anos?
A mo(e)da cubana é (de) peso
domingo, 16 de dezembro de 2007
Mentiroso compulsivo
Diga-me com quem andas que te direi quem és, diz o ditado. As figuras centrais do PSDB e do ex-PFL paraenses andaram muito tempo com o dito-cujo; agora, as cabeças coroadas do governo estadual deram para andar também. Pelo amor de Deus, defenestrem esta figura da vida pública paraoara, antes que ele se reeleja.
Eu sou negão?
Cabe destacar que cientistas brasileiros, ja haviam demonstrado que a relação entre genes e cor da pele não era linear como se poderia imaginar. Os estudos realizados no Brasil e Portugal demonstraram com grande freqüência que pessoas de cor branca tinham genes de origem africana, assim como pessoas de cor negra apresentavam genes caucasianos, evidências que iluminam o passado migratório e a miscigenação ocorrida na espécie humana. As conclusões obtidas nessas investigações genéticas constituem um instrumento para enfrentar o vergonhoso racismo, que de biológico nada tem; é sobretudo uma desinteligência ideológica.
Bom conselho
O caso é para estudo e não para vitupério
Silvio Romero em O BRASIL na Primeira década do século XX
sábado, 15 de dezembro de 2007
Nem cimento, nem tijolo
A medida divulgada resolve no curto prazo a superlotação existente, mas no médio e longo prazos veremos novamente aquela unidade hospitalar novamente superlotada e sucateada, se não for acompanhada de urgente reorganização da saúde pública em Belém e no Estado.
Recordo que na administração de Edmilson Rodrigues o HPSM foi reformado e a cidade recebeu um segundo hospital de urgência no bairro do Guamá, que equipado custou próximo de 11 milhões de reais, se não me falha a memória. Contudo, em razão da situação em que se encontrava a organização das redes e serviços de saúde pública no interior do Estado, em um ano os hospitais já apresentavam sinais de retorno à superlotação.
É crucial que entendamos que as unidades de saúde, tal qual os orgãos do corpo humano, não operam isoladas, sim em redes interligadas e hierarquizadas que garantem a efetividade do sistema. Sem essa noção, qualquer investimento realizado em Belém, ou no Pará, estará fadado a não render os dividendos que interessam para a melhoria da saúde dos paraenses.
Sociedade do espetáculo
Sabedores disto alguns políticos da oposição baiana, acompanhados de lideranças leigas da Igreja Católica local, levaram ao governo uma pergunta no mínimo cínica: o que o executivo baiano fará no day after do passamento do religioso. Nada, respondeu o Palácio Rio Branco, acrescendo em seguida: Mas queremos discutir com os senhores o que NÒS faremos pela segurança do bispo para que o day after não aconteça.
Aí se deu o inusitado. Os postulantes da primeira pergunta começaram uma algaravia entre eles e bateram em retirada, deixando o executivo baiano sem resposta. Mas o cheiro de carniça é sedutora também para outros. Segundo fonte idônea, as Organizações Globo já têm pronto o necrológio do bispo jejuno, que irá ao ar no Jornal Nacional e será publicado em matéria de capa n'O Globo.
O caso é delicado e está movimentando intensamente a alta hierarquia da Igreja Católica, no Brasil e em Roma, confrontada com uma forma de fundamentalismo que junta política, suicídio, martirização e mídia, de modo incompatível com os cânones religiosos da instituição.
O gigante tremeu
Consciência
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
A pexotada da Sabatella
Letícia Sabatella, uma das poucas atrizes engajadas na questões sociais brasileiras, protagonizou uma embrulhada na Bahia, à ocasião de evento do governo Jaques Wagner (PT-BA) promovido em comemoração ao Dia Mundial dos Direitos Humanos. Sem discutir com a organização do evento, na hora, deu-lhe na telha ler um discurso de apoio à greve de fome do Bispo Luiz Flávio Cappio, que protesta contra a transposição do Rio São Francisco, um projeto do governo Lula na região do Nordeste brasileiro. Em resposta, alguém tentou no melhor estilo centro acadêmico cortar o som do microfone da bela, e a gafe e a reação derrubaram um balde água fria na cerimônia.
Agora a atriz justifica a falta de profissionalismo, com a inocência de um querubim:
Não fui totalmente educada. Mas não imaginei que seria tão inconveniente em se tratando de uma questão relacionada a direitos humanos.
Então tá. Imaginemos a atriz em cerimônia da Rede Globo, de quem é contratada, no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa baixar o malho no patrão por ser um dos bastiões da defesa da ditadura militar que governou o Brasil de 1964 a 1994. Pensaria duas, tres, n vezes; gastaria um século antes de abrir a boca.
Bom exemplo deu Marlon Brando na cerimônia do Oscar em 73, quando foi pela segunda vez laureado. Decidiu não ir e fez-se representar por uma índia, que em nome dele recusou não só o prêmio, mas leu o discurso do ator contra a repressão militar norte-americana à reserva indígena Wounded Knee no Colorado, em razão dos protestos que faziam pela defesa de seus direitos étnicos. Coerência, expliquem a Sabatella, é isto. Nem sempre dá para conciliar militância com mais alguns cobres na algibeira.
Chove nos campos de Cachoeira
Irene, por que não atravessar a chuva, não vem correndo pelo aterro e pelos campos para embalar esta rede parda, acender um candieiro na sala, e ficar em silêncio, como um anjo da guarda? As mãos de Eutanázio gelam com a chuva, com a falta de sono de Irene...
Irene não virá trazes a madrugada e o sereno já deve estar branqueando os campos, cobrindo a vila...
Irene estava bela com a sua gravidez de terra inundada.
Mas outras chuvas caíram, os campos encheram, os gogozeiros carregaram-se de frutos, o Ararí transbordou, os jacarés vinham roncar debaixo das casas e Felícia pela primeira vez sorriu com certa intenção pra o Teodoro que, na cabeça da ponte do Delfimn, pescava piranha.
Os campos inundados fervem ao sol da janela seleta. Sobe um calor das águas paradas que subiram meio metro. Os peixes bóiam n'água transparente comendo o resto de comida que Inocência sacode da toalha.
O negrito é meu, para destacar a beleza poética do texto. Jurandir em 2009 completará centenário de nascimento. Aguarda-se que o Estado do Pará comemore a efeméride na altura da importância de um dos maiores regionalistas brasileiros, de porte ombreado com José Lins do Rego, Raquel de Queirós e Jorge Amado.
Crença na humanidade
É possível crer na humanidade. Iniqüidade, violência, insegurança, intolerância, miséria, fome, nenhum dos males causados ao Homem pelo próprio Homem resiste à esperança. Disso já sabiam os gregos antigos, que cantavam a ode à criatividade e potencialidade humanas, abrigadas no último dos sentimentos, em mitos como o da caixa de Pandora.
Prova maior de que o Homem é divino e que ainda há esperança na humanidade, apesar de sempre estarmos vaticinando o fim dos tempos, reside na música. O máximo do requinte humano está singularmente representado, entre muitos outros exemplos, nas obras de Johann Sebastian Bach. Dois séculos depois, outros homens vieram e fundiram o som de Bach aos seus ritmos tradicionais, tão sofisticados quanto a música do compositor alemão. No barroco buscaram raízes, deram-lhe suíngue e criaram o jazz.
A evidência de que barroco e jazz são mais próximos do que se supõe? Ouçam a magnífica interpretação de Nina Simone, ainda novinha, para Love me or Leave Me, clássico de Walter Donaldson e Gus Kahn e tirem suas conclusões.
Pequenez humana
Houve uma época em que o clichê padrão dos críticos de cinema era que o filme, se clássico, evocava a pequenez humana frente à força da natureza, à grandeza do mundo, ou à inevitabilidade do destino. Cansei de ler esta expressão em suplementos culturais: a pequenez do Homem. Parecia-me coisa de cretinos.
Entretanto, frente a fotos como esta de cima, não há como não lembrar da pequenez humana. Talvez por isso os primeiros astronautas acabaram, quase todos, incorrendo no misticismo mais inconcusso.
À moda de Chávez
De acordo com a Folha Online, em formatura de novos policiais federais realizada hoje, da qual participou, Genro fez as seguintes afirmações a respeito de Fernando Henrique Cardoso e da vitória da oposição no embate no Senado:
É visível que, por trás desse movimento, tem a sombra do Fernando Henrique Cardoso, que não admite que o Lula é melhor presidente do que ele. E que o governo tirou o país da estagnação e o presidente Lula é muito mais respeitado internacionalmente do que ele.
Essa atitude do Fernando Henrique Cardoso demonstra que ele estava fazendo revanche não só da derrota que sofreu, com a não-eleição de seu candidato.
[É uma revanche] à derrota que está sofrendo no seu íntimo, na sua dor que vem expressando do fato que o presidente Lula tirou o país do atoleiro que ele deixou. Isso dói muito nele.
O ministro também disse que o DEM e o PSDB, supostos responsáveis pelo não à prorrogação da contribuição, “agiram dentro do processo democrático” para impor uma derrota ao governo.
As referências ao processo democrático de votação do projeto no Senado não parecem exprimir o verdadeiro pensamento de Tarso Genro. Falasse ele com sinceridade, deveria ter enaltecido a forma como a votação se deu, e não atribuí-la ao alegado arrivismo da oposição.
Afinal, o governo deveria fazer uma auto-análise percuciente das razões de sua derrota. Notadamente porque não só a oposição votou contra o Executivo; parlamentares da base aliada também disseram não à prorrogação da CPMF. Prova de que a base não é tão sólida, nem tão aliada assim. E a culpa não é de FHC.
Se pudrió
O percentual de ocupação/procedência de pacientes é ainda mais escandaloso, se considerarmos que hoje a Secretaria Municipal de Saúde conta com um segundo hospital de urgência, inaugurado em 2000, e outro para atendimento à população da região metropolitana. Se não tivemos nenhuma explosão demográfica registrada pelo IBGE, o que houve então?
As razões para tal situação não foram declinadas pelo administrador da unidade hospitalar, contudo a causa primeira para a origem e manutenção do caos denunciado é clara: por mais de dez anos estivemos sem projeto que organizasse a saúde nas cidades do interior do Pará, que permitisse a implantação de um sistema hierarquizado e regionalizado, onde referência e contra-referência não fossem um joguinho de palavras.
Mas, para completar, contribui decisivamente para aumentar o caos instalado a balbúrdia instalada no sistema de saúde de Belém, ao ponto da Santa Casa de Misericórdia, também superlotada, acumular em 2007 um beiço de 7 milhões de reais da Prefeitura, que só falta dizer ao presidente da secular instituição, Dr. Antonio Anselmo Bentes de Oliveira, que vá se queixar ao bispo. Como diriam os argentinos, apodreceu.
Vergonha nacional
Em breve, portanto, Dudu sentará no banco dos réus para ser interrogado por um Juiz Federal da Seção Judiciária do Pará, que posteriormente encaminhará os autos do processo, com a ata do depoimento, de volta ao TRF.
Parafraseando Lula, nunca na história desta cidade um prefeito foi submetido a tal vexame.
Agora é esperar para ver se os jornalões locais, altamente comprometidos com a gestão catastrófica do réu, repercutirão a notícia.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
CPMF - o filme
Tirinho de festim da Araceli Lemos. Reclama que o governo fez aliança com a direita, mas esquece que esteve no mesmo barco dos senadores Arthur Virgílio, Jereissati e Flexa Ribeiro. Foi lindo ver o Senador Neri votando junto com os tucanos contra a CPMF. Detalhe: ela diz que não é o fim do mundo, que o imposto não é importante, etc, mas confessa sutilmente que o ato de não aprovação do imposto redundará no aumento de outros. Sabe, portanto, do efeito negativo que o partido dela acarretou ao país, e faz jogo de cena com o eleitor. A valorosa ex-deputada do PSOL já fez intervenções bem mais inteligentes.
Os detalhes do cometimento de Araceli podem ser lidos aqui, no post de Francisco Rocha Júnior, logo abaixo, ou no blogue do Juvêncio, o tonitruante 5a. Emenda.
Migrando do Vista para o XP: alguns cuidados
Este é um assunto polêmico. E muita gente que adquiriu seu equipamento novo com o Windows Vista pré-instalado, tem mostrado alguma insegurança ou mesmo franca insatisfação com o novíssimo sistema operacional da Microsoft.
Se você é um daqueles insatisfeitos e deseja retirar o Vista e instalar o Windows XP (ao que se convencionou chamar de downgrade Vista --> XP), é preciso cercar-se antes de alguns cuidados.
E a PC World BR dedica um artigo inteiro a respeito, feito pelo jornalista americano Jon L. Jacobi. Nele, relata com alguns detalhes os problemas que apresentou com o Vista, e os motivos que o levaram a fazer o downgrade para o XP.
Acontece que o processo, leva a inteira reformatação do HD do usuário, com inevitável perda de dados (fotografias, documentos, vídeos, etc).
Se você já decidiu pelo downgrade, é altamente recomendável dar uma boa lida no artigo.
Biblioteca
O Sistema Usiminas fecha 2007 com investimento de R$ 3 milhões em fomento à leitura. O valor inclui a sétima biblioteca patrocinada pelo grupo que será inaugurada na quarta (13/12), em Ipatinga (MG). Segundo a coluna Mercado Aberto, a unidade atenderá a cerca de 15 mil empregados e terceirizados.
"Folha de S. Paulo - 11/12/2007 - Reproduzido do site http://www.publishnews.com.br/
CPMF: derrota do governo?
Balas de festim - Governo perde CPMF. Fim do mundo é adiado
Por que o governo perdeu a CPMF? Simples: faltaram-lhe votos. E mais ainda, houve a ausência do mais importante: a força de argumentos verdadeiros. Uma derrota sentida, por certo, mais de pouca conseqüência prática para os dias seguintes.
A ameaça de fim do mundo, com a suspensão dos programas sociais e o caos anunciado na saúde - ou melhor, sua ampliação em níveis ainda mais insuportáveis, foi afastada. Não passava de retórica oca, chantagem barata e "luta de classes" de mentirinha, tudo bem ao estilo do presidente-ilusionista.
Conforme informou o jornalista Josias de Souza em seu Blog no UOL, o governo já tem seu plano "B" diante da acachapante derrota por 45 a 34 votos na madrugada de hoje (precisava de 49 senadores a favor da prorrogação). "O governo planeja para o início de 2008 o anúncio da elevação de alíquota de uma série de impostos e contribuições. O pacote deve incluir o aumento de pelo menos quatro impostos que independem de autorização do Congresso Nacional", diz o colunista da Folha, citando fontes governamentais.
Para completar essa verdadeira batalha de Itararé - aquela que foi anunciada e acabou não existindo - o governo selou com a oposição de direita - que de ladra muito, porém não tem os caninos tão afiados assim - um pacto para prorrogar, até 2011, a famigerada Desvinculação de Receitas da União (DRU), que permite o governo manipular até 20% do total da arrecadação federal sem qualquer partilha com Estados e Municípios e sem atender aos princípios constitucionais de gastos mínimos com saúde e educação. Um crime contra o povo brasileiro que prosseguirá por mais quatro anos.
O resto, bem, o resto são tiros de festim, discursos inflamados, caras feias e dentes que rangem, enquanto o sol nasce imponente, em mais uma manhã no Planalto Central.
De boca fechada
Veja – A senhora, então, achava que o presidente era um homem muito rico?
Rosane – Sempre achei que o Fernando fosse rico. Quando moramos em Miami, ele me deu um Porsche de presente. Tínhamos uns dez cartões de crédito. Também guardávamos dinheiro em um cofre da casa. Quando voltamos ao Brasil, continuamos vivendo maravilhosamente bem. A minha mesada era de 40 000 reais. Passávamos o réveillon em Angra dos Reis com ilha alugada, com segurança, mordomo e até helicóptero. Também costumávamos esquiar em Aspen. Com a nossa separação, em 2005, descobri que Fernando tem uma renda mensal declarada de 25 800 reais.
Veja – Entre o impeachment, em 1992, e a sua eleição para o Senado, no ano passado, o ex-presidente praticamente não trabalhou. Como ele bancava seus gastos pessoais com uma renda de 25 800 reais?
Rosane – Não posso falar sobre isso.
Veja – Estima-se que a parceria entre PC Farias e o ex-presidente tenha deixado um saldo de 60 milhões de dólares em contas secretas no exterior. A senhora tem alguma idéia de onde foi parar esse dinheiro?
Rosane – Não posso falar sobre isso.
Veja – A senhora acredita que o presidente tenha contas secretas no exterior?
Rosane – Não posso falar sobre isso.
Veja – A senhora não pode responder porque não sabe ou porque tem medo de sofrer alguma retaliação?
Rosane – Não posso falar sobre isso.
A derrota da CPMF
Se bem entendo de estratégia militar, uma das formas de derrotar um inimigo é cortar-lhe o suprimento de recursos estratégicos, levando-o a inanição, ou quase.
Mas, no limite, aproveitando o golpe de quem ataca, é saída dar ao inimigo a chance de fazer o mal de uma só vez, para que adiante pela adversidade provocada lhe seja devolvido em definitivo contra-golpe o prejuízo imposto?
Nesse caso, em sendo o governo derrotado na DRU, haverá a declaração de guerra total contra tucanos, grande elenco da oposição e aliados pero no mucho ou quinta-colunas?
Não, não será assim, recomenda a experiência. Nem ao mar, nem tanto a terra, porque a história das elites na república brasileira é de sempre acomodar as camadas tectônicas do modo que siga o barco, mais ainda quando conta com a ajuda providencial de mãos canhas, ás cegas radicalmente canhotas.
Atualizando: no melhor estilo da paz dos cemitérios, a DRU não foi rejeitada com a contribuição de votos do PSDB e demais partidos da oposição. Os puros de espírito fazem acreditar que ela é suficiente para equilibrar as contas nacionais na ausência da CPMF. Acreditam que estão votados ao reino dos céus.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Belzonte - Um século
Jucá jogou a toalha
Já o senador Cristóvam Buarque afirmou ao jornalista, por telefone, que ninguém sabe de nada no Senado.
O jogo continua em aberto.
Guerra aberta
A previsão passa a ser sombria para o governo - caso, obviamente, nenhum senador do PSDB trairar o partido.
Alea jacta est
Por falar nisso...
Nada de novo no front
No entanto, o quarto cidadão na linha de sucessão da Presidência da República já assume o posto vergastado por denúncias de utilização de caixa dois na campanha de 2002. As acusações fomentam denúncia formulada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, que indica que R$ 210.000,00 saíram do orçamento da Secretaria Estadual de Defesa Social e foram parar nas contas da empresa Polis Propaganda e Publicidade, de João Santana, ex-sócio de Duda Mendonça e responsável pela campanha vitoriosa de Garibaldi Alves ao senado.
Ou seja, mais do mesmo vem aí. E ainda dizem que o país tem instituições sólidas; de fancaria, isto sim.
E a novela continua
TRF da 1ª Região suspende obras do Projeto de Transposição do Rio. AGU apresentará recursos contra decisão
O Desembargador Federal Antônio Souza Prudente, do TRF da 1ª Região, concedeu liminar no dia 10/12 para suspender as obras do Projeto de Transposição do Rio São Francisco. O magistrado suspendeu a Resolução CNRH 47/2005, que aprovava o aproveitamento hídrico do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional, bem como os demais atos administrativos derivados, com destaque à outorga e ao Certificado de Sustentabilidade Hídrica da Obra.
Trata-se de recurso, apelação em mandado de segurança, do Ministério Público Federal contra sentença da 2ª Vara Federal do Distrito Federal.
Segundo a liminar, o projeto não poderia ter sido aprovado pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos sem que um procedimento administrativo que trata de conflito de águas fosse analisado pelo comitê de bacia hidrográfica do Rio São Francisco. No entendimento do magistrado, registrada tal pendência, não se poderia deliberar quanto ao aproveitamento hídrico do projeto de transposição do Rio São Francisco ou quanto à integração deste com bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional, pois deve-se aguardar definição das pendências em âmbito administrativo.
Além disso, acrescentou o magistrado que diversas ações sobre a validade do estudo de impacto ambiental realizado ainda aguardam julgamento no STF. O estudo deve anteceder à licença, registrou o Desembargador do TRF da 1ª Região, evitando-se assim desrespeito à Constituição e à legislação ambiental. Para o magistrado houve um atropelamento do devido processo penal e desatenção aos princípios constitucionais que privilegiam a defesa do meio ambiente (CF, art. 170, VI).
Restaram, assim, suspensas a Resolução CNRH 47/2005 e as obras do Projeto de Transposição, até que se restaure a legalidade de todo o procedimento para a aprovação pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos do Projeto.
Apelação em Mandado de Segurança 2004.34.00. 046483-4/DF
AGU apresentará recursos contra decisão que suspendeu obras de transposição
A secretária-geral de Contencioso da AGU, Grace Maria Fernandes Mendonça, anunciou ontem que a AGU recorrerá ao STF e ao TRF da 1ª Região, contra a decisão que suspendeu as obras de transposição do Rio São Francisco.
"Apresentaremos uma reclamação constitucional no STF e também um agravo de instrumento no TRF. Esta questão não é nova no Supremo. Várias liminares já foram deferidas na Justiça de primeiro e segundo grau, mas conseguimos suspendê-las em sede de reclamação", destacou.
Segundo ela, o STF reconheceu que sua competência originária julgar as ações relativas à transposição do Rio São Francisco e avocou todos os processos sobre o tema. A previsão é de que os recursos sejam apresentados ainda nesta semana.
A história é longa, tem inúmeros capítulos e é prima próxima de outra tão longa quanto, que nós conhecemos na pele: a da construção das eclusas de Tucuruí.
O engraçado, a respeito da transposição do Velho Chico, é que as exigências descumpridas pelo governo são de cunho administrativo e dependem, por isso mesmo, de órgãos do próprio Poder Federal. Vale dizer: o governo desrespeita a si mesmo; vai respeitar quem, então?
Vida longa ao Central Hotel
O Central Hotel, qual fênix, renasce amanhã para toda a população de Belém. Por iniciativa da C&A, multinacional do ramo de confecções de origem holandesa, o prédio foi revitalizado e abrigará a mais nova loja da cadeia no norte do país.
Pela fachada, parece que o prédio foi totalmente restaurado. As afirmações do arquiteto Aurélio Meira, profissional de renome que realizou o restauro, e o acompanhamento da obra feito pelo Ministério Público, na pessoa do promotor de Justiça Benedito Wilson Sá, dão o tom de boa notícia ao evento.
Tenho um carinho especial pelo CH. Na década de 90, fui advogado da causa da família do antigo locatário do prédio, que efetivamente o utilizava como hotel e por ele zelou durante quase 4 décadas.
O proprietário anterior – acredito que o mesmo que vendeu o imóvel à C&A – por várias vezes tentou livrar-se do que achava ser uma velharia, desrespeitando sua história e suas linhas arquitetônicas. Lutamos contra uma aquisição irregular, resistindo até o esgotamento dos administradores. A partir da tomada do prédio pelo seu então proprietário, que o adquiriu dos construtores e primeiros donos do CH, nada mais foi como antes: o imóvel, semi-abandonado, teve várias destinações, nenhuma delas garantindo sua preservação. Até agora.
A C&A, o arquiteto da obra e sua equipe de trabalho, o MP e o Movimento Central Hotel, que lutou pela preservação das linhas originais do prédio desde o anúncio da compra pela multinacional, merecem felicitações.
35 anos de esquina
O ano dos portáteis
Os computadores móveis (não necessariamente portáteis), também conhecidos como notebooks (ou "nótibuk" como já dizem alguns), foram a grande estrela do mercado de informática em 2007. Segundo informa a PC World BR, as vendas devem crescer 219% no quarto trimestre de 2007.
Foi-se o tempo em que possuir um, era coisa de "gente muito boa". Com a queda de preços quase que vertiginosa experimentada neste ano, a classe média passa a ter acesso a computação móvel.
A exemplo do que inicialmente aconteceu com os celulares, respeitadas as proporções. Quem não se lembra do tempo em que era raríssimo ver alguém com aquele tijolaço da Motorola atracado no cinto. Hoje, certamente, seu jardineiro, cozinheira, faxineiro, e outros prestadores de serviços, já possuem um enfiado discretamente no bolso. Até mesmo porque - eles bem sabem - não é mais recomendável andar com eles atracados à cintura.
Mas voltando aos portáteis, a diferença de preço entre um computador de mesa e um portátil - que já chegou a ser de um triplo - em países como os EUA não passa de 20%.
E a classe média, com certeza, agradece. É só consultar a pesquisa do IT Data que comprova que a chamada classe A, prefere a TV LCD, deixando o "nóti" em segundo lugar. Ele é objeto de desejo das classes B e C. Sem a menor sombra de dúvida.
Deu no The New York Times
Foto: Marlene Bergamo/Folha Imagem (The New York Times)
The judge who placed the girl in the all-male jail, Clarice Maria Andrade, is being investigated and could lose her job. Two others in her office are accused of altering a document to make it seem as if the judge had approved a transfer from the jail shortly after the police made the request, not 12 days later.
Assim o The New York Times repercute hoje em grande resportagem do jornalista Alexei Barrionuevo o caso da menor de Abaetetuba, largada na cela com 34 detentos por quase 1 mês.
Leia a íntegra clicando aqui.